A Federação da Indústria do Paraná (Fiep) espera grande participação dos empresários na visita programada para a China, entre 12 e 20 de outubro. Na missão os empresários irão participar da Feira de Cantão, considerada uma das maiores feiras mundiais de negócios, com 8 mil expositores de centenas de países.
Na edição de 2006, dez empresários conheceram a feira e iniciaram algum tipo de negociação. Um dos contatos resultou na negociação de uma joint venture para instalação, nos próximos meses, de uma unidade industrial no Paraná de uma empresa chinesa. Os empresários ainda não divulgam o nome da empresa, mas confirmam a intenção de instalar uma unidade fabril, inicialmente com a importação de componentes, para intensificar vendas na América do Sul. De acordo com levantamento do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiep, os setores paranaenses de maior interesse dos chineses são os de eletroeletrônicos, tecnologia da informação, metalomecânico, máquinas e equipamentos, veículos e peças de reposição, equipamentos de transporte e construção, químico, têxtil, couros, plástico, cosméticos e agrotóxicos, entre outros.
Ardisson Naim Akel, do Conselho de Comércio Exterior da Fiep, conta que um levantamento realizado pela equipe durante a feira do ano passado indicou que muitos setores já estão saturados, mas podem esconder nichos de mercado interessantes. “O segmento de pias já tem muita concorrência, mas a oferta de materiais como mármore e granito para tampos de pias pode ser um bom negócio, ou ainda, a venda de portas e outras peças artesanais de madeira”, afirma o executivo.
No ano passado, as exportações paranaenses para a China somaram US$ 450 milhões, e a expectativa é de crescimento, já que no primeiro semestre deste ano as vendas superaram US$ 350 milhões. Os principais produtos exportados são soja e derivados, motores, açúcar, madeira, frango, acessórios para tratores e veículos, couro e papel.
A intensificação comercial com o Brasil também é foco dos chineses. A indústria Midea, fabricante de condicionadores de ar, deve avançar as vendas a partir da unidade de negócios sediada em Florianópolis (SC). A empresa, que anunciou que vai comercializar no Brasil os produtos com marca própria, já implantou um departamento de engenharia e desenvolvimento para analisar o mercado e as características climáticas do País. A expectativa é, ainda em 2007, conquistar 10% do mercado nacional com sua marca própria. Para 2008, a meta é tomar conta de 15% das vendas totais do segmento.