A Associação dos Plantadores de Cana de Açúcar da Paraíba (Asplan) participou ontem (19), ao lado dos principais representantes do setor canavieiro, integrantes do chamado “Comitê Gestor da Cachaça”, de uma reunião com profissionais do BNDES e com o Governo do Estado, com o objetivo de preparar a Paraíba para o acesso aos recursos, algo em torno de R$ 15 milhões, que estão sendo disponibilizados pela instituição financeira através de seu Fundo Social, para o desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (APL’s).
A reunião aconteceu no auditório da Companhia de Desenvolvimento do Estado da Paraíba (Cinep). Na oportunidade, as entidades com atuação relacionada ao tema assistiram à apresentação da proposta do BNDES e conheceram a experiência do estado do Ceará, que já está no seu segundo edital para a seleção de projetos.
O “Comitê Gestor da Cachaça” foi constituído por intermédio da secretaria de estado de Planejamento e Gestão com o objetivo de revigorar o programa de incentivo à produção e comercialização da cachaça na Paraíba.
Na oportunidade, os representantes do Comitê assistiram às palestras e conheceram a experiência do Ceará, onde o BNDES formalizou uma parceria com o governo daquele estado para apoiar Arranjos Produtivos Locais de baixa renda, sobretudo aqueles localizados no entorno de projetos com a utilização de recursos não-reembolsáveis do Fundo Social.
Para Ricardo Afonso, representante da Asplan, é fundamental conhecer outras experiências. “Foi muito importante conhecer a experiência de outros estados, principalmente nordestino, que tem uma realidade mais próxima da nossa. Assim, podemos ilustrar melhor o nosso projeto com suas reais necessidades como fizeram no Ceará”, conta Ricardo, lembrando a forma elucidativa que o secretário de Cidades do estado do Ceará, Pedro Capibaribe, apresentou a execução do projeto.
Pedro Capibaribe explicou que o estado realizou um estudo sobre a dinâmica nas cidades-pólo e observou diversos requisitos para incentivos financeiros. “Verificamos que a capital centralizava todas as atividades de negócios do estado, mas que também existiam outras aglomerações e tínhamos que investir nelas”, disse o secretário frisando que a secretaria, na realidade, não criou nada, apenas apoiou aquilo que já existia, no caso os APL’s com a ajuda do BNDES.
Para Marise Barreto, representante da secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico (SETDE) e integrante do “Comitê Gestor da Cachaça”, é preciso primeiro ouvir o que a instituição tem a oferecer em termos de linhas de crédito para o segmento para, posteriormente, realizar a entrega de um projeto.
“O BNDES tem uma linha de crédito destinada à baixa renda. Não sabemos como vai funcionar para a cachaça. Queremos ver se a instituição terá uma linha de crédito para o Comitê ou teremos que formar o APL da Cachaça, o que é mais certo”, explicou Marise, lembrando que à tarde haveria uma reunião interna da instituição financeira com os secretários de estado para discutir a contrapartida de cada um.
Segundo o Gerente de Economia Solidária do BNDES, Eduardo Jorge Lins, a previsão é que o banco dê um incentivo de R$ 15 milhões para os projetos de APL’s na Paraíba, mas completou dizendo que o valor vai depender da contrapartida do estado.
Eduardo Jorge ressaltou ainda que empresários, universidade, secretários de estados podem apoiar a iniciativa. “A idéia é que todos possam se candidatar ao incentivo através de um edital a ser publicado no diário oficial.”, disse Jorge, frisando que a inscrição dos projetos deverá seguir as determinações fixadas no edital.