A comissária da Agricultura da União Européia (UE), Mariann Fischer Boel, pediu mais cortes no preço açucareiro do bloco, na tentativa de abrir o segundo maior mercado mundial para a commodity.
O preço atual de no mínimo €632 (US$ 799) por tonelada deverá encolher 39% nos próximos dois anos, em vez do corte de 33% em três anos, recomendado pelo comissário anterior, segundo uma nova proposta de Fischer Boel para a Comissão Européia (CE).
“Para a comissária, a redução de 33% no preço era o mínimo absoluto”, disse a porta-voz da comissão, Françoise Le Bail. “A comissária pensa em medidas que apoiarão os produtores de açúcar, que terão dificuldades devido à queda nos preços.”
Os preços do açúcar nos 25 países do bloco são mantidos três vezes mais altos que os do mercado mundial, por meio de um sistema de quotas de produção, tarifas de exportação e subsídios à exportação que, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), violam as regras internacionais.
O governo australiano, que com o Brasil e a Tailândia desafia o programa açucareiro da UE na OMC, disse que a decisão significará que o bloco europeu precisará reduzir suas exportações anuais subsidiadas para 1,3 milhão de toneladas, em relação a mais de 5 milhões de toneladas. A decisão também forçará a UE a reduzir os gastos de € 1,3 bilhão (US$ 1,6 bilhão), para menos de 500 milhões (US$ 633 milhões), segundo a declaração da Austrália em Genebra.