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Comércio exterior terá recorde histórico, aponta Agência

O comércio exterior brasileiro, mesmo diante da forte valorização da moeda nacional, deverá apurar recorde histórico em 2010. A informação é da Agência Classificadora de Risco, Austin Rating.

“Nossas projeções indicam que as exportações brasileiras deverão encerrar o ano com valor recorde de US$ 198,9 bilhões e importações com US$ 182,7 bilhões, resultando em saldo comercial positivo de US$ 16,2 bilhões”, segundo os especilistas da Austin.

A corrente de comércio exterior, formada pela soma total das exportações e importações, deverá anotar expansão de 36,2% em 2010 com as exportações registrando expansão de 30,4% e importações de 43,1%. O saldo comercial, por sua vez, deverá apurar decréscimo de 33,7% sobre o resultado de 2009, passando de US$ 25,3 bilhões para US$ 16,2 bilhões em 2010, mesmo considerando que nesse mês de dezembro o saldo fica 26,4% superior a média mensal do ano.

Nesta segunda-feira (06/12), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os resultados da balança comercial referente a primeira semana do mês de dezembro (1º a 5) com três dias úteis, que foi superavitária em US$ 580 milhões, fruto de exportações de US$ 2,670 bilhões e importações de US$ 2,090 bilhões. No acumulado do ano, com 231 dias úteis contabilizados, o saldo comercial está positivo em US$ 15,513 bilhões, resultado das exportações de US$ 183,667 bilhões e importações no total de US$ 168,154 bilhões. Esses números reforçam nossas projeções para o comércio exterior brasileiro em 2010.

Os valores acumulados das exportações e das importações até a primeira semana de dezembro já são o segundo maior desde 1950, sendo superados apenas pelo ano de 2008: exportações de US$ 197,944 bilhões e importações de US$ 173,147 bilhões. Ou seja, para registrar recorde histórico em 2010, o comércio exterior brasileiro precisa apenas repetir os mesmos valores apurados em novembro. Porém, como no mês de dezembro as exportações são 4,3% maior que a média mensal e as importações ficam praticamente estáveis (0%) em relação a média mensal, muito provavelmente, os números fechados de 2010 serão maiores que 2008.

Segundo a Austin, o contexto geral do comércio exterior brasileiro confirma que, apesar da perda de competitividade via preço pelo enfraquecimento do Dólar norte-americano, é muito mais benéfico para o Brasil que haja crescimento econômico no mundo, com destaque para os principais parceiros comerciais, do que desvalorização da moeda nacional, inclusive porque esse último fato tem impacto direto sobre os preços dos produtos tradeables, portanto, relativa pressão sobre a inflação. Ou seja, para os especialistas de mercado, é muito melhor ter para quem vender do que ter preço competitivo (desvalorização do Real).

De acordo com a empresa, falar em “desindustrialização” é aceitar a condição de forma passiva e não enxergar as oportunidades geradas pela adversidade do Real valorizado, como, por exemplo, investir na modernização do parque fabril e em Pesquisa e Desenvolvimento, com ênfase nas áreas de alta tecnologia.