Estão disponíveis desde ontem na rede bancária os recursos para financiamento do custeio agrícola, previstos no Plano de Safra 2004/05. Os bancos que operacionalizam essas linhas de crédito de custeio já estavam recebendo propostas dos produtores, mas a liberação do dinheiro para as operações com taxas de juros controladas que tem como fonte de recursos os depósitos à vista e a poupança rural, além das linhas com juros livres, só foi autorizada pelo Banco do Brasil na terça-feira.
Apenas os programas de investimento com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não estão disponíveis para os produtores e agroindústrias. O banco ainda não divulgou para os agentes financeiros as normas para contratação do crédito. Essa demora do BNDES tem gerado críticas do setor privado e dentro do próprio ministério da Agricultura. Segundo uma fonte ouvida pelo Valor, o ministro Roberto Rodrigues chegou a telefonar para o presidente do BNDES, Carlos Lessa, para pedir agilidade na liberação dos recursos.
O governo prometeu ampliar significativamente a oferta de crédito para investimentos na próxima safra, que começa a ser plantada no segundo semestre. Serão R$ 10,7 bilhões, sendo que R$ 8,6 bilhões virão do BNDES. O restante terá como fontes os Fundos Constitucionais, com R$ 2 bilhões, e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com R$ 100 milhões que serão destinados ao programa de Geração de Emprego e Renda (Proger Rural). Os recursos do BNDES financiam programas como o Moderfrota, para aquisição de tratores e colheitadeiras (R$ 5,5 bilhões), Moderinfra, para irrigação e armazenagem nas propriedades rurais (R$ 700 milhões) e o Moderagro, para recuperação de pastagens e correção de solos (R$ 600 milhões), além de linhas específicas para cooperativas, setor leiteiro, criação de pequenos e médios animais, produção comercial de florestas e fruticultura.
A assessoria do BNDES informou que a carta-circular com as regras para a liberação dos recursos já está pronta e deverá ser aprovada na próxima reunião da diretoria do banco, marcada para o dia 2 de agosto. Depois de aprovada, a carta-circular será distribuída, ainda na semana que vem, para todos os agentes financeiros que operam as linhas do BNDES.