Ontem, a cotação do barril de petróleo bateu um novo recorde na referencial Bolsa de Londres. O pulo para cima foi uma reação instintiva às declarações atrevidas do presidente do Irã sobre a disposição daquele país em levar adiante seu programa nuclear. A terra dos aiatolás é o quarto maior produtor de óleo de pedra do mundo, e são assustadoras as perspectivas de algum conflito capaz de dificultar o acesso a esse tesouro.
Em primeiro lugar, as orações (em todas as crenças pacíficas) devem ser dirigidas em apelo uníssono contra as guerras, assim como pela cessação do terror que ensangüenta a Terra Santa. Antes de qualquer avaliação econômica sobre os efeitos dessa carnificina sobre os preços do petróleo, é necessário reafirmar a primazia do esforço pela paz, é indispensável bradar contra todas as inumeráveis violências cometidas naquela região. Isso feito, é hora de se preocupar também com o terror dos preços-bombas.
No Brasil, momentos de tensão como esse devem nos ensinar a pensar de forma estratégica, valorizando as opções brasileiras para novas formas de combustíveis, como o álcool e o biodiesel.
Temos de nos preocupar para além de nossos interesses imediatos como consumidores, o que se reflete na justa indignação contra os constantes aumentos do preço do álcool nos bicos das bombas de combustíveis. Além de cobrarmos um preço mais acessível, temos o dever cidadão de cobrar ousadia governamental e empresarial no desenvolvimento da tecnologia e do aumento de produção do álcool e do biodiesel.
Seja na guerra, seja na paz, o petróleo é um recurso finito. Em tempos de guerra como os que teimam em bater nas portas de nossos dias, esse finito recurso fica violentamente caro. Alertados pelo horror guerreiro noutros países, deveremos exigir às lideranças de nosso País o correto investimento em nossos recursos naturais.