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Combustíveis e alimentos impulsionam inflação

As elevações dos preços dos combustíveis e da carne bovina em outubro impulsionaram a inflação no município de São Paulo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na capital paulista no mês ficou em 0,63%, segundo a apuração da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). É o maior índice desde abril deste ano apurado pela instituição.

O grupo Transportes liderou a inflação no décimo mês com um aumento de preços de 1,23%. De acordo com o coordenador de pesquisas da Fipe, Paulo Piccheti, a alta no grupo ainda se deve ao reajuste nos preços da gasolina e do álcool combustível em setembro. Outro grupo que teve peso significativo para a inflação de outubro foi o de Despesas Pessoais, com alta de 0,81%, registrada principalmente nos preços em serviços e produtos de lazer.

“Despesas Pessoais pega muito o grupo de viagens, que entra em recreação, e, como outubro foi um mês cheio de feriados (datas comemorativas de profissões), as empresas normalmente aumentam os preços dos pacotes e aparecem como aumentos desses grupos”, afirmou Piccheti.

Segundo o coordenador da Fipe, os preços da carne bovina subiram em média 0,45%. “As carnes bovinas aparentemente estão sentindo o efeito desse problema da contaminação da febre aftosa”, contou o coordenador de pesquisas da Fipe. “Algumas das análises preliminares diziam até que poderia haver uma redução substantiva no preço ao consumidor, mas o que a gente pegou foi desde o início um movimento contrário, um aumento que perdurou até a última semana do mês.”

Apesar dessa alta, Piccheti afirmou que os preços da carne bovina deverão cair em novembro. “Eu acredito que deva recuar. Essa tendência de alta não deve continuar, porque não tem nenhum grande fundamento de oferta do lado do mercado interno que justifique esse aumento e, nos próprios preços das etapas iniciais da cadeia, dos produtores e assim por diante, você já vê que essa alta foi interrompida. Então, isso deve chegar ao consumidor nas próximas semanas”, explicou.

Para novembro, a Fipe estima uma inflação de 0,50%, pressionada pelo reajuste dos condomínios e pelo aumento dos preços de cigarros e de pacotes de viagens. Segundo a fundação, a inflação acumula alta de 3,92% nos dez primeiros meses deste ano. Para 2005, a Fipe prevê uma alta acumulada de 5%. (Agência Brasil)