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Com espaço de sobra, maior silo do noroeste paulista recebe açúcar

Uma das maiores dificuldades enfrentadas na produção nacional de grãos no Brasil é encontrar local para armazenar, já que faltam silos no país. Porém, a situação é diferente no noroeste paulista. No maior silo da Ceagesp no noroeste paulista, que fica no distrito de Engenheiro Schmitt, sobra espaço.

A estimativa do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, prevê que a produção nacional de grãos de 2013 ultrapasse 180 milhões de toneladas, um aumento de 13% em relação ao ano passado.

O local, no distrito de São José do Rio Preto (SP), foi construído na década de 1980. Foi nessa época que caminhões vindos de várias partes do estado ocupavam o terreno para descarregar o que somaria 70 mil toneladas de grãos. “Este silo foi construído para receber principalmente milho e ele cumpriu essa função no auge da produção na região até o inicio da década de 2000. Ele colaborou para o desenvolvimento do agronegócio”, afirma o técnico da Ceagesp Carlos do Espírito Santo.

Mas o com o passar do tempo a situação mudou muito. Atualmente o silo nem de longe mantém a mesma movimentação de outras épocas. Agora durante a safra devem passar pelo local 20 mil toneladas de milho. Parece muito, mas é apenas uma pequena porcentagem de tudo o que é produzido no estado e um número bem menor do que já foi registrado 10 anos atrás. “A área de cana em 10 anos aumentou cinco vezes mais e houve a redução do milho. Em 30 anos a produção de milho caiu três vezes”, diz o engenheiro agrônomo Carlos Roberto Geraldo.

Para não correr o risco de ter que fechar as grandes portas, os técnicos do silo precisaram encontrar uma solução e investindo, conseguiram diversificar a capacidade de armazenamento do local. Hoje, além do milho, ele abriga também 40 mil toneladas de açúcar. “Tivemos de adaptar a parte da mecânica, técnica e elétrica do silo para receber o açúcar e o milho ao mesmo tempo”, diz o técnico do Ceagesp.

O produtor rural Antônio Ferreira Lara cultiva milho há quase duas décadas. Ele armazena a colheita no silo da Ceagesp e acompanhou as transformações. O produtor lembra quando o comércio de grãos era intenso e o espaço no silo era disputado. “Na época não era negociação só na safra, era mês a mês negociando. Agora não, você vai lá e é mais fácil armazenar”, diz.

30/03/13

Fonte: Portal G1