Mercado

Com cachaça de até R$ 400, alambiques tentam convencer brasileiro a beber

Na Alemanha, a cachaça é considerada a bebida da moda. Enquanto isso, no Brasil, os produtores tentam desenvolver um mercado consumidor sofisticado de cachaça. Para esse mercado, o setor possui garrafas de R$ 60, R$ 120 e até de R$ 400.

A empresa Rochinha produz uma cachaça com 12 anos de envelhecimento em barril de carvalho. O preço da garrafa: R$ 200.

“Temos uma cachaça curtida por 25 anos, mas essa só vendemos lá na fazenda, por R$ 400”, afirmou Antonio Fontes Rocha Silva.

O executivo é neto dos fundadores do alambique e disse que são produzidos anualmente 1.200 litros da cachaça de 12 anos. Atenção: o mercado total de pinga no Brasil é de 1,4 bilhão de litros.

Fabio Fernandes, diretor comercial da Brennor, explicou que o processo de produção da cachaça “premium” encarece o produto.

Ao invés de triturar a cana-de-açúcar para extrair o sumo, o produto selecionado é prepado por uma técnica semelhante ao do caldo de cana, com o esmagamento da planta. Além disso, nem todo o caule é aproveitado. Utiliza-se apenas a parte mais tenra.

Outro ponto destacado por Fabio Fernandes é o tempo de envelhecimento e o tipo do barril utilizado. Carvalho é o barril mais popular, mas também existe aguardente curtida em pau-brasil e amendoeira.

O envelhecimento no barril de pau-brasil fornece à Mercedes uma cor avermelhada mais forte que o de outras cachaças. A madeira nobre, símbolo colonial do Brasil, garante para a aguardente um preço de R$ 60.

Apostando não só no líquido, a Gift of Gods investiu no desenvolvimento de uma garrafa especial de quase meio metro. A embalagem de 500 ml da bebida custa R$ 150 e tem como paladar ser saboreada após o café ou a sobremesa.

Antonio Fontes Rocha Silva, da companhia fluminense Rochinha, disse que em São Paulo a cachaça é menos saboreada do que no Rio. “No Rio temos o grande mercado consumidor da cachaça industrial, mas o carioca também consome mais a bebida artesanal do que o paulista”, disse.

Na Expocachaça, o mais comum é ouvir os donos dos alambiques citarem um acordo recém fechado com o Fasano para incluir o produto na carta de bebidas. O Fasano é um dos restaurantes mais famosos do país e, para as empresas do setor, configura o melhor portal para entrada da marca no mercado top de linha de São Paulo.

A Expocachaça é uma feira sobre cachaça, que acontece em São Paulo até o fim de semana.

Fonte: Folha de S. Paulo

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