A safra de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil já está no seu terço final. Segundo nota divulgada ontem pela União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), o corte da cana no final de agosto completou 65% do volume estimado da moagem das lavouras. Mesmo com as condições climáticas adversas, com umidade relativa do ar abaixo da média, o que levou o governo do Estado de São Paulo a impor restrições à queima da cana em algumas regiões, a evolução da safra, segundo a entidade, se deu de forma satisfatória.
Segundo a Unica, o ritmo da moagem tem se mantido em velocidade superior à das safras anteriores. A entidade explica que a situação é paradoxal, uma vez que ao mesmo tempo que as usinas foram impedidas de manter a queima das lavouras de cana por vários períodos durante o inverno, por causa do clima seco, a ausência de umidade permitiu que o corte e a moagem da matéria-prima se mantivessem em ritmo acelerado.
Lavouras prejudicadas
O clima seco, segundo informou a Unica, deverá causa perdas à produtividade no período final da safra. Isso ocorre porque a ausência de chuvas e o calor excessivo limitaram o desenvolvimento das lavouras que começam a ser colhidas nos meses de outubro e novembro. Para a entidade, a estiagem deverá também afetar a produção de cana durante a safra 2007/08, que começará a ser colhida a partir de março.
Outro efeito da atual condição climática é a maior produção de açúcar por tonelada colhida. O mesmo ocorre com a oferta de álcool. “Os números da posição acumulada até o final de agosto indicam que a oferta de produto nesta safra proporciona tranqüilidade ao abastecimento dos mercados interno e externo”.
Mistura à gasolina
Com isso, a Unica volta a argumentar que as boas condições da safra e da produção do combustível permite retornar à antiga proporção da aumento da mistura de álcool anidro na gasolina para 25%. Desde 1 de março que a proporção de mistura de álcool à gasolina é de 20%, reflexo da queda da oferta do combustível durante o período de entressafra.
O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, declarou por meio da nota divulgada ontem que “os números da safra são tranqüilizadores”. O técnico se refere à capacidade nacional de oferecer o combustível ao mercado interno e ao mesmo tempo manter as exportações de álcool, o que permite consolidar a presença do País como grande player do mercado mundial de álcool.