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Cogeração rende maior venda à Dedini

O projeto do Grupo Cosan de diversificar as atividades no setor sucroalcooleiro por meio do fornecimento de energia elétrica à rede pública rendeu à Dedini S/A Indústrias de Base o maior contrato de venda de caldeiras para o setor sucroalcooleiro no Brasil. O Grupo Cosan, maior produtor de açúcar e álcool do País, com 16 usinas, aposta na cogeração como forma de expandir o faturamento.

O negócio foi fechado na noite de quarta-feira durante a realização da Sinpósio Internacional de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Sintec) em Piracicaba, informa o vice-presidente de Operações da Dedini, José Luis Olivério. Prevê o fornecimento de quatro caldeiras para quatro unidades da Cosan. É o maior em número e a maior capacidade energética: juntas deverão gerar 1025 toneladas de vapor por hora.

O projeto de instalação de caldeiras prevê a conciliação do fornecimento de energia à rede distribuidora e o atendimento das necessidades energética próprias das usinas. Olivério afirma que a geração da bioeletricidade, além da receita adicional, representa uma importante contribuição do Grupo Cosan em atender a crescente demanda de eletricidade no Brasil.

Subproduto

Venda de energia, que há pouco tempo era considerado um subproduto, hoje representa 8% do faturamento das usinas de açúcar. Até 2009, a Cosan planeja investir US$ 700 milhões para produzir 700 MW, volume suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de pessoas. Segundo o seu diretor financeiro, Paulo Diniz, o custo do investimento para a de energia a partir do bagaço da cana varia entre US$ 1 e US$ 1,2 o quilowatt. A capacidade atual de produção de energia elétrica é de 100 MW, boa parte destinada a consumo próprio.

Segundo o Grupo Cosan o excedente de energia que será gerado com as novas caldeiras corresponde à potência de 80 MW. A geração desse volume de energia é suficiente para o abastecimento de uma cidade de 250 mil habitantes.

Recorde de fornecimento

Duas caldeiras Singledrum serão instaladas na Unidade Costa Pinto, em Piracicaba , uma na Usina Rafard, na cidade de Rafard e a de 200 toneladas de vapor por hora na unidade Gaza, cidade de Andradina (todos os muncípios no Estado de São Paulo.

Desde a crise de 2001, o chamado apagão, as usinas viram uma oportunidade e aumentaram os investimentos na de energia. Estima-se que o excedente de energia vendido pelas usinas, hoje em 600 megawatts (MW), deve atingir 1.150 MW em 2008. Quando atingir 1.150 MW, as usinas de açúcar estarão fornecendo energia suficiente para iluminar uma cidade com 22 milhões de habitantes, ou o equivalente à Grande São Paulo.