Impulsionado por um cenário de crise no setor de energia elétrica do país, o mercado de cogeração começa a conquistar megaempreendimentos imobiliários em São Paulo.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), cerca de 90% dos novos condomínios multiúso –que agregam shopping centers, edifícios comerciais e residenciais– já utilizam o sistema.
A cogeração consiste na geração de dois tipos de energia por meio de uma única fonte. No caso mais comum, queima-se gás natural para produzir energia elétrica e térmica. A primeira abastece os equipamentos elétricos, e a segunda, o maquinário industrial que dependa de uma fonte termal ou o sistema de refrigeração.
Sérgio Silva, presidente da Cogen, afirma que o sistema elétrico, principalmente nos grandes centros comerciais, está sobrecarregado.
Para ajudar a suprir essa demanda, a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo) tem trabalhado em projetos de cogeração paulistanos.
Segundo Luis Henrique Guimarães, diretor da companhia, é uma alternativa para evitar que empresas deixem a capital para buscar segurança energética no interior do Estado, por exemplo.
A AES Eletropaulo, distribuidora que abastece a Grande São Paulo, por seu lado, afirma possuir plena capacidade de suprir a energia demandada pelos novos empreendimentos na cidade.
Sidney Simonaggio, vice-presidente de Operações, diz que a AES Eletropaulo possui uma capacidade de transformação de 14.000 MW, enquanto o recorde de consumo na cidade, em fevereiro deste ano, foi de 8.600 MW. “Se houver demanda nova em qualquer região, a Eletropaulo fará investimentos para atender as necessidades.”
Segundo a consultoria Navigant Research, a capacidade industrial de cogeração deve aumentar 50% no mundo nos próximos dez anos.
Custos altos
Para cada megawatt gerado, cerca de R$ 3 milhões precisam ser investidos, e somente em um prazo de 15 anos o custo do maquinário necessário para a conversão da energia é pago.
“De pronto, há uma economia de 30% no preço da energia. Cerca de 25% desse valor é usado para amortizar o investimento”, diz Nelson Oliveira, presidente da Ecogen.
(Fonte: Folha de S. Paulo)