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Cogen e Carbono Zero avançam nos trabalhos do GT de Descarbonização

Foco inicial dos trabalhos é estruturar e aprimorar medidas para reduzir emissões na indústria de cogeração

(Divulgação MDIC)
(Divulgação MDIC)

A Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), em parceria com a Carbono Zero, clean tech especializada em formatar ações de sustentabilidade e descarbonização, avançam nos trabalhos para promover a descarbonização do setor.

De acordo com o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte, um dos objetivos do Grupo de Trabalho (GT) é estimular o setor a estruturar ações para reduzir as emissões de carbono.

“A indústria de cogeração tem dado contribuições para evitar as emissões de gás carbônico no planeta com a geração e comercialização de uma energia com eficiência energética, próxima dos pontos de consumo e mais limpa. No longo prazo, queremos elaborar propostas de políticas públicas que possam incentivar os investimentos e o uso de biocombustíveis, contribuindo com os debates em curso na esfera governamental e no Congresso Nacional para descarbonizar a economia brasileira”, afirma Duarte.

“Nossa prioridade, por ora, com os trabalhos, tem sido nivelar o nível de conhecimento da indústria sobre o tema, permitindo que todas as nossas associadas possam ter todo o repertório de ferramentas existentes e, desse modo, serem mais assertivas em seus passos para promover a redução de CO2 em suas atividades”, explica o presidente executivo da Cogen.

De acordo com o diretor de Novos Negócios da Carbono Zero, Ivan Silvestre, há um interesse muito grande das participantes do Grupo de Trabalho em aprofundar as informações sobre a jornada da descarbonização, desde a definição de metas baseadas na ciência para a redução das emissões de gases do efeito estufa até a implementação de medidas que visem reduzir as emissões nos processos.

“Algumas empresas estão em um estágio mais avançado e outras em um estágio inicial, procurando estruturar suas ações. De um modo ou de outro, os trabalhos do GT vêm buscando dar esse direcionamento para as participantes “, assinala Silvestre.

“As empresas têm interesse em entender desde informações práticas, tais como aderir ao Pacto Global da ONU, os selos disponíveis no mercado e por que o GAS-REC ainda não é aceito pelo GHG Protocol, até outras mais conceituais e específicas, como qual a diferença entre um inventário auditado e um não auditado, a viabilidade de análise das emissões do escopo 3, a importância de se ter uma cadeia de fornecedores que leve aspectos socioambientais em consideração para facilitar o rastreio do escopo 3, e as medidas que possam ser consideradas para a contabilidade de remoção de carbono”, afirma o diretor de Novos Negócios da Carbono Zero.

Amostragem – A Cogen e a Carbono Zero fizeram um levantamento inicial com uma parcela das empresas associadas da Cogen que vêm participando do GT de Descarbonização, entre usinas de cogeração, empresas de gás natural, indústrias de equipamentos e comercializadoras de energia elétrica.

Os principais resultados da amostragem:

♻️ Das empresas que participaram, 70% afirmam ser signatárias do Pacto Global da ONU e 10% estão com o processo em andamento;

♻️ Do total das participantes do levantamento, 70% declaram produzir relatório anual de sustentabilidade e realizam um inventário de gases de efeito estufa anualmente, enquanto 30% ainda não adotam essa iniciativa;

♻️ Entre as que responderam ao questionário, 60% publicam o inventário de emissões da plataforma do GHG Protocol; 40% delas ainda não o fazem;

♻️ Apenas metade das participantes do levantamento define metas baseadas na ciência, conforme SBTI (Science Based Targets); e

♻️ Somente 30% das empresas que responderam às perguntas compram ativos ambientais, como International Renewable Energy Certificates (I-RECs) ou Créditos de Carbono. A maioria (70%) respondeu não fazer esse tipo de aquisição.