Dezenove Estados produtores de álcool assinam amanhã, em Curitiba, acordo para viabilizar o aumento da produção de etanol no país. A idéia, levada ao governador Roberto Requião (PMDB) pelos produtores, é obter incentivos para exportação de álcool, especialmente para Japão, China e Coréia do Sul. ” Esses países já reconhecem a necessidade de adição do álcool à gasolina ” , afirma o assessor do governo do Paraná, Daniel Godoy. Eles estudam a mistura à gasolina para reduzir os níveis de poluição em grandes cidades, em atendimento ao Protocolo de Kyoto.
Recuperando-se da crise da década de 90, o setor sucroalcooleiro vive hoje ” relativo equilíbrio entre oferta e demanda do combustível ” , segundo a Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar). Mas os produtores querem garantir espaço no mercado externo e evitar o que aconteceu nos anos 90, quando ficaram com altos estoques.
Neste ano, o Brasil deve produzir cerca 12 bilhões de litros de álcool, contra os 11 bilhões de litros em 2002. Enquanto isso, a região Centro-Sul do país deve produzir cerca de 19 milhões de toneladas de açúcar, o que significa 2,6% a mais que no ano passado.
No Paraná, o setor sucroalcoleiro deve movimentar cerca de R$ 2 bilhões este ano, com produção de 26 milhões de toneladas de cana, o suficiente para gerar 1,1 bilhão de litros de álcool e 1,6 milhão de toneladas de açúcar. O Estado é o segundo maior produtor de álcool do país atrás de São Paulo.
Além do Paraná, devem compor a chamada Coalizão Pró-Etanol Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe. A coalizão terá caráter permanente para fazer articulações de caráter político e institucional em conjunto com o governo federal. E terá um governador no comando, a ser escolhido amanhã.