O Conselho Monetário Nacional — CMN prorrogou para dezembro o prazo para contratação de estocagem de álcool etílico combustível. A estocagem começaria em setembro para o Centro-Sul do Brasil e em novembro para o Norte e Nordeste. Serão liberados R$ 500 milhões, destes, R$ 425 milhões para o Centro-Sul. A origem dos recursos é a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide).
Outra alteração anunciada pelo CMN é a liquidação do empréstimo, que não será mais feita em quatro meses, mas em três. “O vencimento, que era de janeiro a abril, agora passa a ser de fevereiro a abril”, disse Gerardo Fontellis, assessor para Assuntos Agrícolas do Ministério da Fazenda.
O crédito, no entanto, não atenderá mais aos objetivos do setor e do governo, que eram o de incrementar a produção de álcool, pois no Centro-Sul, a safra está quase encerrada (80%). Ou seja, o recurso servirá apenas como capital de giro, não como incentivo.
Segundo Antônio de Pádua Rodrigues, consultor da União Canavieira de São Paulo — Unica, se o plano tivesse saído antes, a produção de açúcar poderia ter aumentado em até 1 bilhão de litros – pelos cálculos da instituição, o País produzirá 12,5 bilhões de litros. Volume suficiente para mostrar para potenciais compradores de álcool combustível, como Japão e Índia, que o País tem volume para esta venda. José Nilton de Souza Vieira, coordenador geral de Acompanhamento e Avaliação do Departamento de Açúcar e Álcool do ministério, admite que houve atraso. “Agora, servirá para reduzir os custos de carregamento de estoque”, avalia.