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Clio vence Polo em desempenho e preço

Oferecer produtos que agradem ao consumidor é a meta de qualquer companhia. Na indústria automobilística, pesquisas levam algumas montadoras a lançar minivans, e outras a investir na produção de peruas ou sedãs de luxo. Porém todas concordam que oferecer motor bicombustível é vital.

Afinal, a tecnologia que permite misturar álcool com gasolina já responde por cerca de 30% das vendas de carros novos. De olho na preferência, a Renault foi a quinta fábrica a lançar motores flexíveis. A marca justifica a demora: procurou fazer um propulsor que não só tivesse a tecnologia adaptada mas também melhorasse o desempenho e o consumo.

E parece que os engenheiros acertaram a mão. Na comparação da versão sedã do Clio com o seu concorrente direto da Volkswagen -o Polo Sedan Total Flex, que agora chega às concessionárias-, os 12 cavalos a mais (com álcool) de potência e os 100 kg a menos ajudaram-no a dar um banho no adversário.

Segundo o teste Folha-Mauá, abastecido com álcool, o Polo Sedan levou 11,1s para ir de 0 a 100 km/h, contra 10,1s do Clio Sedan. Com gasolina, o desempenho do Polo foi pior. A mesma tarefa de acelerar até os 100 km/h foi feita em 12,2s -2,1s a mais que o Clio.

A lerdeza do sedã da VW é ainda mais perceptível quando se deseja pisar fundo. Para levar o carro da imobilidade até os 160 km/h, são necessários longos 40,2s. Já o Clio faz o mesmo em 29,5s.

E não é somente na aceleração que o modelo da Volks fica atrás. O Polo Sedan se mostrou mais “beberrão” e pouco ágil nas retomadas. No trecho urbano, o Clio, com gasolina no tanque, faz 10,6 km por litro. Já o Polo, 9,9 km/l.

Na estrada, a diferença cai para 15,9 km/l e 15,3 km/l, respectivamente. Com álcool, a economia do Renault é bem maior. Enquanto, na cidade, o Clio roda 8,3 km com um litro de “cana-de-açúcar”, o Polo faz 6,5 km/l. Já, na rodovia, o desempenho dos dois sedãs é idêntico: 11,3 km/l.

Se, quanto ao consumo na estrada o desempenho dos carros é parecido, o mesmo não pode ser dito das retomadas. Outra vez, o Clio se sai melhor que o rival.

Para ir de 60 km/h a 120 km/h, o Renault leva 15,01s, quando abastecido com álcool. Com o mesmo combustível, o Polo demora 17,3s para finalizar a missão. Com gasolina no tanque, a diferença aumenta. O Clio repete o resultado (15,09s), enquanto o Polo fica 1,4s mais lento.

Pedra no sapato

Mas nem tudo são flores para o modelo da marca francesa. No teste de frenagem, o Clio teve um desempenho inferior ao do Polo. A 80 km/h, o Renault percorreu 44,7 m antes de parar, enquanto o Volkswagen levou 36,5 m.

A vitória do Polo pode ser creditada aos freios ABS, que são oferecidos como opcionais por R$ 2.609. O Clio não disponibiliza esse mecanismo, o que soa contraditório para um modelo que tem airbag duplo de série.

Nas revendas, o Clio também é mais rápido que o Polo. Em 2004, foram comercializadas 15.592 unidades do Renault, contra 12.932 do Volkswagen. Mas é preciso deixar claro que há um Clio 1.0, o que aumenta a procura de qualquer modelo. Além disso, o 1.6 é 16% mais barato que o Polo.

Custando a partir de R$ 36.720, o Clio vem de fábrica também com direção hidráulica, assim como o Polo -mas a VW cobra R$ 1.858 pelas bolsas infláveis. Porém, para não sentir calor no Clio, é preciso pagar R$ 3.100. E aí está a grande vantagem do concorrente: o ar-condicionado está presente em todas as versões -a mais barata sai por R$ 43.643.

O kit elétrico, que inclui trava e vidro dianteiro, sai por R$ 1.150 no Clio, enquanto, no Polo, custa R$ 2.751 com os espelhos.