Produtores de todo o interior do Estado de São Paulo contabilizam os prejuízo na safra deste ano. A seca no final do ano passado e depois as chuvas do começo deste ano, atrapalharam a produção de cana-de-açúcar. A produtividade da cana caiu mais de 20% este ano e para tentar evitar a quebra da próxima colheita, os produtores já aumentaram os investimentos na adubação dos canaviais.
No sítio do “Seo” Antônio Sarti em Sertãozinho, o corte da cana já terminou e os 50 hectares de plantação renderam menos do que o esperado. “Nós achávamos que ia dar mais, mas tá dando 20% ou 30% menos do que o ano passado, então já é um bom prejuízo” afirma. Ele ainda completa que mesmo com a melhora no preço, no final das contas, com a queda na produção, o prejuízo ainda é grande.
A safra está menor em várias propriedades da região, pois além do clima, o baixo investimento em renovação e adubação dos canaviais nos últimos anos, também atrapalhou o desenvolvimento das lavouras. Muitas plantas já estão no quarto ano de corte e envelheceram. “Então, isso faz com que o potencial produtivo diminua. Com isso, o que acontece, lá no final você tem menos tonelada de cana por hectare”, afirma Ismael Perina Junior, presidente da Associação dos Produtores.
No ano passado, os produtores colheram em média 89 toneladas de cana-de-açúcar por hectare. Desta vez, na mesma área foram apenas 72 toneladas. Esses números mostram uma queda de 23% na produtividade. O resultado disso tudo são áreas de cultivo com menos plantas e cana menor, mais baixa e com gomos mais curtos, com menos peso pra somar na hora da venda.
Com a cana assim, a safra deve ser quase 10% menor no centro-sul em relação ao ano passado. A colheita final está estimada em 510 milhões de toneladas. Para evitar os mesmos problemas nos próximos anos, os produtores já começaram a investir nos canaviais. “A reforma ganhou um pouco de força, então mais cana tem sido reformada nesses últimos tempos. Mais adubos, mais cuidados com canavial. Isso certamente vai fazer um crescimento da produtividade para a próxima safra e também para as próximas que o nível de investimento volta a ser alto” afirma Ismael.
Na lavoura do “Seo” Antônio o jeito é jogar adubo e cargas maiores de fertilizantes, mas ele afirma que uma ajudinha dos céus seria muito bem-vinda. “Tem que esperar São Pedro mandar a chuva”.
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