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Clima provoca atraso na entrega da cana-de-açúcar

A seca e as altas temperaturas das últimas semanas atrasaram a entrada da safra de cana-de-açúcar no Paraná. A colheita deveria ter começado no início da semana, mas como as plantas não se desenvolveram o suficiente para receber o maturador (produto químico que antecipa a maturação), o início da moagem vai demorar até 30 dias.

Um levantamento preliminar realizado pela Associação do Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar) indica uma redução de 5% a 6% na produção das lavouras. Embora os índices não sejam definitivos, as perdas são irreversíveis nos canaviais afetados pela estiagem.

Se a redução se confirmar, o crescimento da produção de cana, que estava previsto em 5% com relação ao ano anterior, ficará neutralizado. Na safra passada, as 27 usinas e destilarias paranaenses colheram 28,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com produção de 1,2 bilhão de litros de álcool e 1,8 milhão de toneladas de açúcar.

Apesar da redução na expectativa de produção, a entidade não acredita em possibilidade de desabastecimento. O presidente da Alcopar, Anísio Tormena, informou, através da superintendência da instituição, que o setor tem excedente de produção para atender as necessidades do Estado por mais dois ou três meses. O excesso de oferta, entretanto, pode não impedir o aumento no preço do álcool. Isso porque a menor produtividade vai acarretar aumento do custo operacional, o que encarecerá o produto.

Uma das usinas que vai atrasar o início da moagem da cana é a cooperativa Cocamar, de Maringá. A colheita, que deveria ter começado anteontem, será iniciada apenas no dia 10 de março. Segundo o engenheiro agrônomo Aparecido Carlos Fadoni, gerente comercial da empresa, os trabalhos não atrasarão por mais tempo, como em outras usinas, porque na região a estiagem não foi tão severa. ‘As altas temperaturas durante o dia também foram muito prejudiciais’, acrescentou.

Mercado O Indicador CEPEA/ESALQ aponta que o álcool anidro fechou o período de 25 a 27 de fevereiro cotado a R$ 0,38709 por litro (sem impostos), com valorização 2,08% sobre a semana anterior. Já o álcool hidratado ficou em R$ 0,36154 por litro (sem impostos), o que indica recuperação de 13,16%. Ainda segundo o Cepea, as negociações foram lentas na semana passada.