O Centro-Sul do Brasil deixou de processar pelo menos 30 milhões de toneladas de cana entre julho e setembro de 2009, devido às chuvas, de acordo com estimativa da consultoria AgraFNP divulgada ontem. Segundo a AgraFNP, levando em consideração que 56,4% da cana foi direcionada para a produção de etanol e um rendimento de 132 quilos de açúcar total recuperável (ATR) por tonelada de cana, cerca de 1,64 milhão de toneladas de açúcar e 1,23 bilhão de litros de etanol deixaram de ser produzidos.
“É importante analisar que o clima atípico traz efeitos contraditórios no mercado. O preço do etanol sobe, mas o baixo rendimento produtivo eleva os custos, reduzindo margens”, diz Bruno Bosz, analista da AgraFNP.
Ontem, os preços do açúcar bruto em Nova York deram um salto devido ao excesso de chuvas no Brasil e ao aperto da oferta que pode levar a mais importações do México. O contrato março chegou a atingir 25! ,15 centavos de dólar por libra-peso, maior nível desde que foi negociado na máxima de 28 anos e meio de 26,25 centavos no início deste mês.
Na semana passada, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) reduziu a sua previsão de moagem de cana na temporada 2009/2010, devido ao tempo chuvoso, e foi levada a diminuir também a estimativa de produção de etanol, que deverá ficar inferior à do ano passado. A entidade estimou a moagem de cana do centro-sul do Brasil em 529,5 milhões de toneladas, queda de 3,7% ante previsão de 550 milhões de toneladas feita em abril.