As chuvas de ontem em boa parte da região produtora de cana-de-açúcar do Centro-Sul ajudou a reduzir o déficit hídrico na região, afirmaram fontes ligadas aos produtores e a Somar Meteorologia.
Em muitas áreas, não chovia há mais de 70 dias. Até o momento, a falta de água tem sido benéfica à cana que está sendo colhida pois ajuda a elevar a concentração de sacarose, ampliando o rendimento industrial.
Por outro lado, a estiagem afeta potencialmente as plantas que ainda estão em desenvolvimento e serão colhidas a partir de agosto, já que o crescimento da cana fica comprometido.
“Conforme era previsto, está chovendo nas áreas de cana do Centro-Sul, em São Paulo e Paraná”, disse Celso de Oliveira, meteorologista da Somar, citando os dois principais Estados produtores do Centro-Sul.
A Somar prevê mais chuvas dentro das próximas semanas.
“As chuvas foram providenciais… Desde meados de abril não chovia na Grande Ribeirão Preto”, disse Oswaldo Alonso, consultor agronômico da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste de São Paulo (Canoeste), referindo-se ao principal pólo de produção de cana do País.
Segundo ele, há previsão de chuva de 30 milímetros entre ontem e amanhã. O volume não é muito expressivo, mas suficiente para aliviar o déficit hídrico, afirmou ele, que prevê mais precipitações para as próximas semanas.
As atuais chuvas estão dentro da normalidade para a época do ano, que é naturalmente mais seca na região, segundo a Somar. O que diferiu do padrão este ano foram as chuvas durante o outono, que ficaram abaixo da média.
Apesar disso, técnicos da área dizem que não houve danos irreversíveis às lavouras até o momento. A safra em muito vai depender das condições climáticas nos próximos meses.
Além de elevar o nível de sacarose na cana, a falta de chuvas faz com que a colheita e a moagem avancem de forma rápida.
As usinas do Paraná, que deram início à safra no Centro-Sul, em março, moeram cerca de 10 milhões de toneladas até 15 de junho, o equivalente a 31% da produção prevista.