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Chuva causa prejuízo no campo

A chegada de uma frente fria deixou o tempo chuvoso em São Paulo. Ocorreram temporais em Bebedouro, Assis, Mococa, Piracicaba, Tatuí, Tietê e Votuporanga e, na região de Campinas, um tornado causou muitos prejuízos aos produtores rurais. A chuva foi suficiente para elevar a umidade do solo ao valor máximo em todo o Estado e proporcionar excedentes hídricos que causaram a rápida elevação no nível de rios, córregos e açudes.

Parte dos danos causados pela chuva decorreu do alagamento das áreas de várzea, afetando lavouras e hortas situadas nas proximidades de corpos d´água. A forte intensidade da chuva também causou estragos, como se verificou em Mogi das Cruzes, com grandes prejuízos para os produtores de alface e rúcula, em Sumaré e Indaiatuba, com perdas nas lavouras de tomate, e em Monte Alegre do Sul, Valinhos e Jarinu, onde foram atingidas algumas áreas de produção de morango.

O tornado, caracterizado pela chuva intensa e ventos muito fortes, afetou os canaviais de Tietê, Monte Mor e Capivari, provocando o acamamento das plantas e, em algumas áreas, chegando a arrancá-las do solo. Para muitos fornecedores a situação é mais grave, pois os canaviais estavam prontos para serem colhidos e porque o plantio da cana exigirá grande investimento.

PREOCUPAÇÃO

Nos cafezais de Mococa e Garça houve perdas nas áreas prontas para a colheita, mas a maior preocupação dos produtores é com a continuidade do tempo chuvoso, que poderia atrasar a colheita e reduzir a qualidade do café neste ano, repetindo as dificuldades do ano passado.

No Vale do Paranapanema, a chuva parece ter chegado tarde em parte das lavouras de milho safrinha. Nas áreas que já entraram em florescimento as perdas já se consumaram e as chuvas não reverteram o quadro. A má distribuição das chuvas entre fevereiro e abril e o ataque da lagarta-docartucho são apontadas como as principais causas para a baixa produtividade do milho na região.

O tempo não favoreceu os tratamentos fitossanitários e a adubação durante a semana. O excesso de umidade dificultou o tráfego de máquinas e implementos nos campos e aumentou o risco de compactação. A chuva intensa prejudicou as estradas rurais e dificultou o escoamento da produção em boa parte do Estado.

* Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (trabalho desenvolvido com o Instituto Agronômico – IAC. Mais informações sobre clima e temperatura, acesse www.agritempo.gov.br e http://ciiagro.iac.sp.gov.br)