A China planeja mais do que triplicar a produção de etanol até 2010 para reduzir a dependência de petróleo importado e elevar a renda de milhões de agricultores, afirmou uma autoridade do governo nesta quinta-feira.
Liu Qun, da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês), disse em uma conferência sobre biocombustíveis que a produção anual de etanol deve chegar aos 3 milhões de toneladas até 2010, em comparação a 1 milhão de toneladas no ano passado.
O etanol deverá representar mais de 5% do consumo de gasolina no país, ante menos de 2% hoje, afirmou o chefe da divisão da NDRC.
Segundo Liu, o governo continuará oferecendo apoio financeiro à indústria, como isenção de impostos ou subsídios.
A China possui atualmente quatro unidades produtoras de etanol patrocinadas pelo governo com capacidade anual de 1,02 milhão de toneladas.
Pequim dá subsídio de cerca de 1.300 yuan (US$ 163,60) por tonelada às quatro plantas neste ano. Elas também ficam isentas de uma tarifa de consumo de 5% e de uma taxa de 17% de valor agregado.
As unidades utilizam milho ou trigo como matéria-prima para a produção de etanol, que é misturado à gasolina em nove províncias chinesas, entre elas Jilin, Henan, Anhui e Heilongjiang.
Liu afirou que a China irá expandir as áreas em que ocorre a mistura para o Oeste e a área central do país.
De acordo com Liu, a China vai estimular no futuro o uso de matérias-primas que não sejam destinadas à alimentação, como mandioca, sorgo doce e resíduos agrícolas.
– O governo vai continuar a apoiar a indústria. Mas ela não deve tirar terra da produção de grãos – disse ele.
Segundo Liu, a região de Guangxi, localizada no Sul do país e líder na produção nacional de mandioca, irá construir unidades produtoras de etanol com capacidade para 1 milhão de toneladas nos próximos cinco anos