A China, que desde 2005 mantém-se como o maior produtor e exportador mundial de defensivos agrícolas superando os Estados Unidos, está de olho no mercado agrícola brasileiro. Uma comitiva de 30 empresários chineses do setor veio ao Brasil prospectar parcerias para fornecer defensivos às indústrias que já atuam no país.
A China é especializada na produção de defensivos técnicos genéricos (produtos que já perderam a patente e que são usados como matéria-prima na formulação dos defensivos vendidos aos agricultores). Em 2006 a produção na China aumentou 20%, alcançando 1,296 milhão de toneladas, de acordo com Li Yongwu, vice-ministro da Indústria Química da China e presidente da Associação da Indústria de Petróleo e Petroquímica chinesa.
A China exporta para 163 países, mas o volume destinado ao Brasil ainda é mínimo: 428 toneladas em 2005, o equivalente a US$ 14,2 milhões. “Existe uma grande oportunidade e enorme potencial para os dois países ampliarem os negócios entre si”, afirmou Li Yongwu.
Flavio Hirata, analista da consultoria Allier Brasil, observou que as empresas que atuam no Brasil já importam produtos da China e existem quatro grandes indústrias chinesas aguardando o registro de produtos para entrar no mercado brasileiro. “A maioria das indústrias, no entanto, quer ser fornecedora de grupos que já atuam no país.”
Segundo dados da Secex, em 2006 as importações totais da China atingiram US$ 7,989 bilhões, ante exportações brasileiras de US$ 8,4 bilhões. Os principais itens negociados foram produtos industrializados. No primeiro quadrimestre deste ano comparado a igual período de 2006, as importações aumentaram 46,82%, para US$ 3,285 bilhões. As exportações cresceram 35,79%, para US$ 2,922 bilhões.
O vice-ministro da China observou que o Brasil já é o maior parceiro comercial do país asiático na América do Sul. Segundo ele, há também interesse em reforçar os negócios na área de biocombustíveis e petróleo. “O setor petroquímico avançou nos últimos anos, mas a China ainda importa mais de 50% dos combustíveis que consome”, afirmou. Conforme ele, a produção de etanol de cana feita pelo Brasil “é um exemplo a ser seguido”. “Os dois países já têm uma boa base de cooperação e é de nosso interesse aumentar as relações comerciais nesse segmento.” (CB)