A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), vinculada à Secretaria de Meio Ambiente do Estadode São Paulo, deverá investir em pelo menos 10 estações de monitoramento de qualidade do ar no interior do Estado, sobretudo em regiões onde a produção de cana-de-açúcar está concentrada.
Segundo Jesuíno Romano, gerente da divisão de tecnologia de avaliação de qualidade do ar da Cetesb, estas estações deverão ser instaladas em cidades como Campinas, São José dos Campos, Sorocaba, Ribeirão Preto. No interior do Estado, diz Romano, há apenas unidades móveis. Somente há unidades fixas na região metropolitana do Estado e em Cubatão.
Essas estações vão ajudar a monitorar a qualidade do ar, sobretudo por conta da queima da cana. A queima ocorre no inverno, entre junho e setembro, período que coincide com o pico da safra no Centro-Sul do país.
Os plantadores de cana devem seguir uma tabela gradual de eliminação da queima da palha. A cada cinco anos, os percentuais de eliminação serão revistos. No caso das áreas mecanizáveis, que representam 60% no Estado, a proposta é a eliminação total em 20 anos, até 2021.
Estudos revelam que durante as queimadas da palha de cana são emitidos à atmosfera gases primários, como, monóxido de carbono, dióxido de carbono, metanos e hidrocarbonetos, que, uma vez liberados pela queima, combinam-se sob a ação dos raios solares, produzindo ozônio, cujo aumento de concentração é nocivo à saúde de animais e ao desenvolvimento de plantas.
No ano passado, a Cetesb proibiu a prática das queimadas em algumas regiões produtoras de cana por conta da péssima qualidade do ar.
Romano lembra que ainda não há condições de se trabalhar com modelos matemáticos que indiquem onde está sendo liberado gases mais nocivos à saúde. Mas a maior mecanização das áreas de cortes de cana podem reduzir a emissão de poluentes por conta das queimadas.