Mercado

Cenário está mais baixista para o açúcar

O mercado internacional de açúcar passa por uma mudança significativa desde a safra 2007/08, com conseqüências diretas para o ciclo 2008/09, que terá início no Brasil a partir de abril. Países sem forte tradição na produção da commodity estão mais presentes neste segmento, caso da China, e a Índia, um importante produtor, deverá se transformar em exportador.

As implicações disso têm reflexos diretos nos fundamentos de mercado da commodity. Apesar da recuperação dos preços do açúcar desde o início do ano, a tendência é que as cotações não tenham muito espaço para subir até pelo menos 2009.

Segundo Martin Todd, diretor-executivo da consultoria LMC International, a China e o Paquistão vão recorrer aos seus próprios estoques de açúcar, maiores por conta do aumento da produção nesses países, antes de decidirem importar. Todd participou do VI Seminário Guarani, do grupo francês Tereos.

Países dependentes de importação, como a China e a Rússia, passaram a investir na produção local nos últimos anos. “A China foi afetada por forte nevada, o que deverá reduzir a produção local em 1 milhão de toneladas. Mas, mesmo assim, eles vão dispor de seus estoques e não devem importar”, disse Todd. O Brasil, maior produtor e exportador mundial, continuará apostando na maior produção de etanol, o que é altista para o mercado. Mesmo com a maior produção de cana, o país não foi responsável por elevar o excedente global de açúcar.

Na bolsa de Nova York, os contratos de açúcar para julho fecharam a 12,58 centavos de dólar por libra-peso, alta de 9 pontos. (MS)