Mercado

Carros flex: verdades e mitos

Lançados há dois anos, os carros bicombustível já respondem por mais da metade das vendas. Como ocorre com toda tecnologia nova, não faltam polêmicas, dúvidas nem folclore a respeito dos automóveis que funcionam com gasolina e álcool. Até mecânicos e vendedores de concessionárias divulgam informações nem sempre corretas. Eis algumas afirmações freqüentemente ouvidas e os esclarecimentos para as questões que mais interessam aos compradores:

• O primeiro abastecimento deve ser feito com gasolina, para evitar problemas de partida.Mito. Desde o início de sua vida útil, o motor pode funcionar tanto com gasolina quanto com álcool.

• O carro só pode ser abastecido com gasolina ou com álcool, para evitar falha do motor.

Mito. O sistema é projetado para funcionar com os dois combustíveis. Falhas, quando acontecem, estão relacionadas à má qualidade do combustível, como o excesso de água no álcool. Convém abastecer apenas em postos de confiança e, na dúvida, pedir um teste de qualidade. O posto é obrigado a fazê-lo.

• Um motor de veículo bicombustível dura menos, pois o álcool é mais corrosivo.

Mito. As fábricas garantem para o motor flex a mesma durabilidade do propulsor a gasolina. Os sistemas que têm contato com o álcool, de fato um combustível mais corrosivo, são projetados para isso.

• Não há problemas em instalar um kit de gás natural veicular e transformar o modelo em tricombustível.

Verdade. É preciso apenas ficar atento a dois pontos: a qualidade do kit e se o custo valerá a pena. Para fazer essa checagem, deve-se calcular quantos quilômetros são rodados por mês e verificar em quanto tempo será amortizado o investimento no kit, que custa a partir de 3 000 reais.

• Carros bicombustível requerem gasolina aditivada.

Mito. Gasolina aditivada é melhor do que a comum em qualquer caso, pois ajuda a manter limpo o sistema de injeção. Quando se abastece também com álcool, porém, é possível dispensar a gasolina aditivada, uma vez que ele exerce função detergente.

• A substituição de álcool por gasolina, e vice-versa, deve ser feita gradativamente.

Mito. O gerenciamento do motor é eletrônico, e o sistema é programado para instantaneamente reconhecer o combustível.

• Se abastecer apenas com álcool, há risco de problemas de partida nos dias frios.

Mito. No compartimento do motor dos veículos existe um reservatório de gasolina para partida a frio.

• Misturar os dois combustíveis permite obter algumas vantagens de cada um deles.

Verdade. O motorista pode dosar: mais álcool significa maior potência do motor, mas menor autonomia. O inverso ocorre quando se abastece com mais gasolina.

O MELHOR COMBUSTÍVEL

Para saber se compensa completar o tanque com álcool ou gasolina, há uma conta simples. Basta dividir o preço do álcool (A) pelo da gasolina (G) no mesmo posto e multiplicar o resultado por 100. Caso esse número seja maior que 70, a gasolina é mais vantajosa. Exemplo:

A (R$ 1,15) G (R$ 2,30) x 100 = 50

Vantagem para o álcool