Com uma frota em que cerca de 90% dos carros novos são flex fuel, cresce no Brasil a presença dos veículos sem o reservatório de gasolina para partida a frio. O tanquinho extra que auxilia o motor a ligar quando o carro está com mais álcool (muita gente esquece de abastecer) vem sendo substituído por sistemas inteligentes que trazem vantagens ao motorista e reduzem a emissão de poluentes.
A tecnologia foi implantada no Brasil em 2009 pela Bosch com a criação do Flex Start. O primeiro carro a usar o novo sistema foi o Polo, da Volkswagen, e desde então aumenta o número de veículos saídos de fábrica sem o reservatório extra. Com o mecanismo, o motorista não precisa mais ficar preocupado em usar 100% etanol porque o carro dará partida de primeira, mesmo nos dias mais frios, com temperaturas abaixo dos 15 graus.
O sistema sem o tanquinho faz com que o etanol seja aquecido eletronicamente antes de ser injetado no motor. Além de acabar com a preocupação do abastecimento do reservatório extra, a tecnologia facilita o funcionamento do motor nos primeiros minutos, melhorando a resposta e proporcionando alto desempenho, sem falhas. A combustão perfeita ainda o consumo de combustível.
Além de benefícios ao motorista, a tecnologia também colabora com meio ambiente. A não utilização de gasolina para partida a frio reduz a emissão de gases poluentes, como os hidrocarbonetos.
“Além de melhorar a eficiência da partida a frio em carros abastecidos 100% com etanol, a tecnologia reduz as emissões de poluentes em até 40%. É no momento de partir o motor que ocorre a maior liberação de gases poluentes”, diz Fabiana Piazza, gerente de marketing da divisão Gasoline Systems da Bosch.
Atualmente, sete carros saem de fábrica com o sistema Flex Start: Polo Bluemotion, Peugeot 308, Novo C3, C3 Picasso, Air Cross, Honda CRV e Honda City, os últimos dois lançados no Salão do Automóvel de 2012.
Silvio Figueiredo, pesquisador do Laboratório de Motores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), acredita que o sistema deve ganhar espaço nos próximos anos pela praticidade para os motoristas e pelas exigências de redução de poluentes.
“Os limites de emissão de poluentes estão cada vez mais rigorosos. Além disso, é mais um diferencial competitivo para os carros que têm”, observa Figueiredo.
Renato Romio, chefe da Divisão de Motores do Instituto Mauá, concorda que cresce a preocupação de motoristas e dos governos com a emissão dos poluentes. “O tanquinho é indesejável há bastante tempo por ser ruim ao motorista e pelo aspecto ambiental. Estão surgindo novas soluções que devem ser ampliada nos próximos anos”, diz.
Se você gostou da tecnologia e seu carro flex ainda tem o tanquinho, o jeito é pensar em trocar. O sistema não está disponível no mercado de reposição, por isso não pode ser instalado em veículos usados.