O aumento das vendas no mercado interno de carros populares com motores bi-combustível (que funcionam com gasolina e com álcool), conhecidos como flex, e a expansão dos prazos para pagamento de veículos deram destaque ao comércio de veículos automotores em 2004. A receita do setor teve crescimento real de 18,6% em relação a 2003, enquanto o comércio varejista cresceu 14,2% e o atacadista 7,9% na mesma comparação.
Os dados são da Pesquisa Anual do Comércio 2004 divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, que faz uma radiografia do setor, mostra que 2004 foi um ano favorável. Em relação a 2003, a receita cresceu 11,7% e o número de pessoas empregadas aumentou 9,1%. Naquele ano, a economia do país (Produto Interno Bruto) cresceu 4,9%.
A pesquisa mostra que o comércio de veículos automotores empregou cerca de nove pessoas por empresa, bem acima da média de cinco pessoas para o setor de veículos, peças e motocicletas. Os trabalhadores no comércio de veículos automotores receberam em média 3,3 salários mínimos por mês em 2004, o maior salário pago no setor.
“O crescimento do setor de veículos automotores foi basicamente por causa da inovação tecnológica das montadoras, que investiram no carro bi-combustível. A procura por esse tipo de carro aqueceu as vendas e, além disso, os prazos para financiamento dos veículos foram alongados, o que atraiu mais consumidores”, avaliou a técnica da pesquisa do IBGE, Juliana Vasconcellos.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 2004 foram vendidos 1,5 milhão de carros flex, 100 mil a mais do que no ano anterior.