Nem só de vantagens vive o proprietário de um veículo bicombustível. Apesar da folga no orçamento que a liberdade de escolha pelo combustível mais barato pode proporcionar, a má notícia vem na hora de contratar o seguro do automóvel: mais visados pelos ladrões, os preços podem ser até 35% mais caros.
A afirmação é do diretor de automóveis da Porto Seguro, Marcelo Sebastião. “O risco de furto de veículos bicombustíveis chega a ser três vezes maior que o dos carros à gasolina ou álcool”, avalia.
Segundo cálculos do gerente, o seguro para um Gol geração 3, modelo 2004, para uma pessoa com perfil médio de risco (35 anos, casada, que utiliza o carro apenas para trabalhar e tem garagem), custa R$ 2.898,63. Já o seguro para o mesmo modelo de carro, com o mesmo perfil de proprietário, na versão flex fuel, não sai por menos de R$ 3.865,91, valor 33% mais caro. Em outras companhias, como a Marítma e a Sulamérica Seguros, a variação de preços é, em média, de 20%.
Para o diretor de automóveis da Marítma Seguros, José Carlos de Oliveira, o furto de automóveis bicombustíveis representa de 25% a 30% do total dos roubos segurados pela companhia. Segundo Oliveira, a cada cem carros roubados, 1,3 é monocombustível. Já para os flex, a taxa de roubo é de 1,7.
Os bicombustíveis que utilizam gasolina ou gás também têm os preços do seguro mais altos, em média, 20%. De acordo com o diretor de automóveis da Sulamérica Seguros, Anderson Mello, a oneração não acontece apenas em função do risco de furto, mas devido ao excesso de exposição desse tipo de carro. “Quem adapta seu carro para ser movido a gás só vai obter retorno do investimento se tiver a intenção de rodar muito com o carro. Com o veículo mais tempo na rua, o risco é maior”, diz.