O mercado de carros usados assiste a uma bolha de consumo de modelos movidos a álcool, mas a escassez de produtos leva o consumidor às oficinas de conversão de motores. Os serviços para adaptar veículos a gasolina ao combustível mais barato vem crescendo nos últimos meses. Segundo lojistas, a falta de oferta de carros originais, principalmente seminovos, é resultado da baixa produção nos últimos anos.
A procura por modelos zero quilômetro a álcool também aumentou, mas nos modelos em que ainda não há disponibilidade das versões bicombustíveis, que rodam com qualquer dos dois combustíveis. As vendas de versões a álcool do Gol 1.0 aumentaram 30% na revenda Volkswagen Primo Rossi. “O lançamento dos modelos flexíveis ajudam a dar credibilidade também aos carros a álcool”, diz o diretor da empresa, Vittorio Rossi.
A tendência é de os modelos movidos a álcool desaparecerem do mercado no futuro, quando a maioria dos carros serão lançados apenas nas versões bicombustíveis, confirma a Anfavea. Segundo a entidade, os modelos flexíveis que começaram a chegar ao mercado em maio passado, já respondem por 13,2% das vendas.
Os modelos a álcool apresentaram pequena reação nos últimos meses, mas hoje respondem por 2,6% do mercado, ante 4,8% no início de 2003. As versões a gasolina reduziram sua participação de 95,2% para 84,2% no período.
Nos três primeiros meses deste ano, foram vendidos 46.231 veículos com motores flexíveis e 9.127 a álcool. A soma dos dois representa um crescimento de 384% ante o primeiro trimestre de 2003, quando foram vendidos 11.444 carros a álcool.