Mercado

Carnes despontam nas exportações

Setor foi o principal item da balança comercial em novembro, com 20% da receita do mês. O complexo carnes foi o principal item da pauta de exportações do agronegócio em novembro, com destaque para o embarque do produto de origem bovina. No mês passado houve a maior receita obtida com esta carne no período de 17 anos – desde que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento iniciou a sua série histórica – US$ 406 milhões. O valor representa um acréscimo de 76,5% em relação a novembro de 2005 e 45% do total das exportações de carnes do Brasil no mês passado – US$ 901 milhões, que registraram alta de 43,1%.

No acumulado do ano, o setor obteve uma receita de US$ 7,89 bilhões, acréscimo de apenas 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado, devido ao mau desempenho dos frangos e suínos. Os embarques dos primeiros foram prejudicados pela retração na oferta com a ocorrência da gripe aviária no início do ano na Europa e Ásia. Quanto aos suínos, foram afetados pelos embargos às carnes brasileiras devido à ocorrência de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná, no ano passado. Do total de carnes comercializadas no ano, US$ 3,6 bilhões foram do produto de origem bovina.

Novembro

Segundo o coordenador-geral de Organização para Exportações do ministério, Eliezer Lopes, em novembro o destaque foi a recuperação do complexo carnes. Entre os bovinos in natura houve crescimento de 95,9% no valor, determinado por um aumento de 71,5% na quantidade, com preços 14% superiores. As exportações de frango in natura apresentaram acréscimo de 34% no volume, com preços 17,2% inferiores, o que resultou em crescimento de receita de 11%. Os embarques de suínos cresceram 25,3%, enquanto os preços subiram 5,5%, o que resultou em uma receita 32% maior.

Acumulado do ano

De janeiro a novembro, o agronegócio exportou US$ US$ 45,285 bilhões, 13,4% acima do valor do mesmo período de 2005. No acumulado do ano, as importações cresceram 30% em relação a igual período de 2005, totalizando US$ 5,969 bilhões. Como conseqüência, registrou-se um superávit de US$ 39,316 bilhões, 11,3% maior na comparação com janeiro a novembro do ano passado.

Mantidos esses resultados, o agronegócio brasileiro deve encerrar o ano com vendas superiores a US$ 49 bilhões, acréscimo de cerca de 13%. As compras vão somar US$ 6,5 bilhões, variação de 27%. Deste modo, o setor acumulará um superávit de US$ 42,5 bilhões, 10% superior ao ano passado.

Entre janeiro e novembro, o setor que apresentou maior incremento absoluto das exportações foi o sucroalcooleiro, cujo valor exportado aumentou US$ 2,6 bilhões – de US$ 4,3 bilhões para US$ 6,9 bilhões ou variação de 60%. Este valor correspondeu a quase metade do aumento das exportações do agronegócio no período. O crescimento foi impulsionado pela elevação dos preços do açúcar – 52% para o açúcar bruto e 60% para o refinado -, uma vez que a quantidade exportada foi 2% menor. A exportações de álcool cresceram 111,7% em termos de valor, devido à elevação de 30,8% no volume exportado com preços 62% superiores.

Importações

Em novembro as importações somaram US$ 654 milhões, variação de 44,5% em relação ao mesmo período de 2005. No acumulado do ano, o trigo liderou a alta nas compras, passando de US$ 574 milhões para US$ 859 milhões (+ 49%);