A Cargill prevê que o excedente mundial de açúcar chegará a de 3,3 milhões de toneladas em 2006/07. O aumento da produção principalmente na Ásia é o principal fator da expansão dos estoques mundiais, afirmou ontem em Genebra o economista-chefe da multinacional americana Olivier Pairault.
Para ele, a perspectiva para os futuros do açúcar em novembro é de baixa . “A oferta elevada será o principal fator de pressão nos preços futuros”, afirmou Pairault. O aumento no plantio e o tempo favorável contribuíram para ampliar o excedente em 2006/07 após um déficit mundial em 2005/06 que ele estima em 2,2 milhões de toneladas.
O tempo desfavorável, notavelmente a seca, foi o responsásvel por uma perda acumulada de 12 milhões de toneladas na produção de açúcar da Ásia em 2003/04 e em 2004/05, disse. Pairault afirmou esperar que o consumo mundial de açúcar cresça cerca de 2% em relação ao ano passado, para 155,1 milhões de toneladas em 2006/07.
Volta às compras
Países consumidores de açúcar, como o México, estão aumentando suas compras após os preços da commodity terem recuado e a volatilidade ter diminuído, disse o BNP Paribas SA, o maior negociador do alimento em Londres.
“Os países consumidores que haviam adiado suas compras devido à volatilidade retornaram ao mercado”, disse o diretor-executivo do BNP, Jeff Bauml, durante a realização da Conferência Mundial Sugaronline do Açúcar e do Etanol, realizada hoje em Genebra, na Suíça. A Venezuela e os países do Oriente Médio também têm comprado açúcar recentemente, disse Bauml.
Desde que foi negociado pela maior cotação dos últimos 25 anos, de 19,73 centavos de dólar em 3 de fevereiro passado, o açúcar recuou 39 por cento devido à expectativa de que o Brasil e a Índia, os dois maiores produtores mundiais, terão safras recorde, o que elevará a oferta.
Os altos e baixos no mercado são considerados bastante drásticos. O etanol tomou o lugar das empresas ponto.com, disse Bauml. “Agora estamos observando uma reviravolta e estamos vendo os profissionais retornarem ao mercado.”