Mercado

Cargill confirma compra da Corona em parceria com Crystalsev e Fluxo

A multinacional norte-americana Cargill, uma das maiores empresas agrícolas do mundo, confirmou ontem a aquisição da Açucareira Corona, com duas usinas de açúcar e álcool em São Paulo, através de uma joint venture com as empresas Crystalsev e S/A Fluxo.

A aquisição marca a entrada dessas três empresas na produção de açúcar e álcool no Brasil. Na negociação, Cargill, Crystalsev e Fluxo vão controlar as usinas Bonfim e Tamoio, que juntas processam cerca de 5 milhões de toneladas de cana.

A negociação já era comentada no mercado. Uma das maiores tradings de comercialização de açúcar do mundo, a Cargill também decidiu entrar na produção por entender que o mercado brasileiro tem boas oportunidades neste segmento.

As empresas não comentam os detalhes e os valores envolvendo a negociação. Contudo, fontes do setor informam que a negociação foi estimada em US$ 150 milhões, incluindo dívidas da usina. A Cargill também deve ficar com a maior participação acionária neste negócio.

Em comunicado enviado ontem à imprensa, o presidente da Cargill no Brasil, Sergio Barroso informou que “a Cargill tem analisado o importante e crescente mercado brasileiro de açúcar e álcool há um bom tempo, e ter uma atuação mais ativa neste setor se tornou uma decisão estratégica para a empresa”. Também por meio de comunicado, Sócrates Nasser, presidente da Açucareira Corona, informou que “a expressão econômica dos participantes desta joint venture e, sobretudo, o compromisso para a continuidade da Açucareira Corona SA e os planos de expansão discutidos anteriormente foram as condições essenciais para a conclusão do acordo”.

A Cargill – que tem forte atuação em soja, trigo, cacau e carnes no Brasil – também tem parcerias fechadas com a Crystalsev nos terminais portuários em Santos e Guarujá, ambos no litoral sul de São Paulo, para o escoamento de açúcar e de álcool. Juntas, Crystalsev e Cargill são sócias em El Salvador de uma usina de desidratação de álcool.

Tradicional no setor, a Açucareira Corona foi fundada em 1948. A capacidade de produção da usina Tamaio é de 1,5 milhão de toneladas de cana. A capacidade de produção da Bonfim é de 4,5 milhões de toneladas de cana.

Com a entrada da Cargill no mercado, cresce o número de empresas de capital estrangeiro no setor sucroalcooleiro do país. Os grupos Tereos e Louis Dreyfus estão no país desde 2000, quando adquiriram suas primeiras usinas de açúcar e álcool.

A expectativa do mercado é de que a Cargill intensifique os negócios com açúcar e álcool no país, o que poderá resultar em futuras aquisições.