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Carga elevada e redução das afluências eleva PLD no Sudeste, Sul e Norte

Carga elevada e redução das afluências eleva PLD no Sudeste, Sul e Norte

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE apresentou nesta segunda-feira (2/5), durante o InfoPLD ao vivo (exibido em www.ccee.org.br/aovivo), uma análise do comportamento do Preço de Liquidação das Diferenças – PLD de abril e para o início de maio.

O destaque no período é o aumento do consumo e da carga, provocados pelas altas temperaturas registradas em abril, causando elevação do PLD nos submercados Sudeste, Sul e Norte.

“Todo esse contexto de aumento da carga ao longo de abril, associada a afluências abaixo do esperado para o final do período úmido na região Sudeste e a manutenção dos níveis de armazenamento contribuem para que o PLD fique mais elevado nestes submercados no começo de maio”, destaca o gerente de preço da CCEE, Rodrigo Sacchi.

Segundo Sacchi, a presença de uma massa de ar quente e seca, praticamente em todo o país, ocasionou o aumento da carga em quase 8% para o sistema em abril, quando comparada ao mesmo período de 2015. No entanto, ela deve cair no segundo semestre em razão do contexto macroeconômico.

O PLD do Nordeste teve uma redução significativa em maio. Isso já foi perceptível na primeira semana do mês, quando foi fixado em R$ 103,20/MWh, enquanto fechou abril em R$ 266,71/MWh.

A redução era esperada, mas apenas a partir de junho. Os principais fatores para essa antecipação foram o aumento da expectativa da geração eólica na região, além da ampliação da capacidade de recebimento de energia pelo Nordeste, impactando na redução do preço nesse submercado.

“A expectativa é que os preços nas três regiões (Sudeste, Sul e Norte) permaneçam acima do mínimo até o final do ano, assim como o PLD do Nordeste também. Devemos ter um acoplamento dos preços entre todas as regiões ainda em junho, mantendo o PLD abaixo dos R$ 100/MWh até o final do ano”, analisa o executivo.

Na análise das afluências, o comportamento das ENAs em abril ficou bem abaixo da média histórica em todas as regiões, exceto no Sul que ainda sofre influência do fenômeno El Niño.

As afluências do Nordeste que foram elevadas em fevereiro, caíram significativamente nos meses seguintes, evidenciando um comportamento bastante atípico na região. “As ENAs de abril que, normalmente fecham o período úmido, já possuem números que denotam um adiantamento do período seco de pelo menos um mês”, ressalta Sacchi.

Mesmo com um cenário desafiador de baixas afluências em abril, o armazenamento dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional – SIN apresentou bons resultados e se manteve sem reduções no período, inclusive com o registro de um pequeno aumento de 0,1% nos níveis, fechando o período com 55,7% da capacidade.

O índice chegou a 57,6% no Sudeste, 88,7% no Sul, 64,3% no Norte e 33,1% no Nordeste.

O fator de ajuste do MRE para abril deve ficar em torno de 93,8%. Para maio, que contempla como premissa o despacho térmico por segurança energética até R$ 211/MWh, ele está estimado em 101,1%. Considerando a repactuação do risco hidrológico, abril registraria 96,8%, enquanto maio teria 100,5%.

Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS para abril devem totalizar R$ 132 milhões, levando em conta a redução do despacho térmico. “Em maio, nossa expectativa é que se reduza ainda mais, devendo ficar em torno de R$ 24 milhões, somando R$ 2,1 bi no ano”, afirma Sacchi.

Entenda o PLD

O PLD é o preço de referência do mercado de curto prazo, utilizado para precificar o que foi gerado e o que foi consumido de energia elétrica por todos os participantes do mercado (que operam no âmbito da CCEE).

A CCEE apura mensalmente o total de energia consumido pelos consumidores que compram no Ambiente de Comercialização Livre – ACL e pelos cativos do Ambiente de Contratação Regulado – ACR.

Os contratos negociados no mercado livre, fechados entre o comprador e o vendedor (pelos geradores, comercializadores e consumidores livres e especiais) e pagos bilateralmente, também são registrados na CCEE.

Por sua vez, no mercado cativo os contratos são fechados em leilões regulados pelo governo, informações também registradas pela CCEE. Caso haja mais consumo ou geração do que os montantes contratuais registrados, essas diferenças são liquidadas mensalmente no mercado spot (à vista ou de curto prazo, como também é conhecido).

Todos os devedores (subcontratados) pagam em igual proporção para os credores (sobre contratados).

O valor utilizado para este acerto é o Preço da Liquidação das Diferenças – PLD que é calculado semanalmente pela CCEE e, após Resolução Homologatória da ANEEL de número 2.002, de 15 de dezembro de 2015 – tem valor teto de R$ 422,56/MWh e piso de R$ 30,25/MWh, vigentes a partir da primeira semana operacional de janeiro/2016.

Fonte: (CCEE)