Adquirida em novembro passado pela multinacional americana Monsanto, a CanaVialis, empresa com foco no melhoramento genético da cana-de-açúcar, espera colocar no mercado até junho uma nova variedade de ciclo precoce, com mais sacarose e obtida através de melhoramento convencional.
De acordo com o seu presidente, Ricardo Madureira, a empresa deverá realizar entre abril e maio testes com as diferentes variedades pesquisadas para definir qual delas será lançada comercialmente. A ideia é, neste primeiro momento, colocar a variedade escolhida nas áreas tradicionais de cana de São Paulo e Paraná. “Temos materiais bons para a região”, diz Madureira. E a partir do ano que vem entrar em partes de Minas Gerais e Goiás.
Conform! e Madureira, o cronograma de pesquisas está sendo mantido sem interferência dos ajustes naturais decorrentes da chegada da Monsanto. Sem alterações do ponto de vista organizacional – “a gestão é a mesma, com a mesma equipe, porque a Monsanto reconhece o nosso trabalho” -, os pesquisadores brasileiros intensificaram a troca de experiências na área científica nos últimos meses. “Estamos na fase de nos conhecer e ver oportunidades”, explica Madureira.
O trabalho, agora, é de prospecção de tecnologias que possam ser absorvidas para as pesquisas da CanaVialis. “Estamos estudando e discutindo com cuidado as tecnologias da Monsanto. Tem muita coisa que a gente sabe que pode fazer diferença [para as pesquisas com cana]”.
Maior empresa privada de melhoramento de cana do mundo, a CanaVialis foi criada em 2003 pela parceria da Votorantim Novos Negócios e um grupo de cientistas com mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de variedades de cana. Hoje, a empresa tem c! ontratos fechados com 73 empresas do setor sucroalcooleiro, com uma área de 1,1 milhão de hectares e o equivalente a 15% do mercado.
A empresa foi adquirida pela múlti americana em novembro juntamente com a Alellyx, integrantes da Votorantin Novos Negócios, voltadas para o melhoramento genético e biotecnologia com a cana-de-açúcar. O negócio foi fechado por US$ 290 milhões.
A duas empresas já haviam trabalhado juntas no desenvolvimento de uma parceria tecnológica de tolerância a herbicidas (Roundup Ready) e resistência a insetos (Bt). Com a aquisição, a Monsanto ampliou o seu portfólio, até então restrito a soja, milho e algodão modificados.