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CanaVialis e Alellix unem-se à Monsanto para troca de gens

Um acordo inédito vai permitir que as empresas de biotecnologia Alellix e CanaVialis, controladas pela Votorantim Novos Negócios, e a multinacional Monsanto troquem tecnologia e conhecimento intelectual. Na prática, o acordo dará acesso à Monsanto ao banco de dados das empresas do Grupo Votoratim, permitindo a utilização desse conhecimento científico na evolução de seus produtos. Em contrapartida, a Alellix e a CanaVialis poderão aplicar conquistas da multinacional em suas pesquisas para aprimoramento das variedades de cana que desenvolveu.

Isso significa, segundo o presidente da Alellix, Fernando Reinach, que dentro de quatro anos aproximadamente, a empresa poderá lançar no mercado variedades de cana com tecnologia BT, desenvolvida pela Monsanto, com a propriedade de tornar a planta resistente a pragas. A variedade pode tornar-se resistente ao herbicida glifosato. A tecnologia Roundup Ready (RR), de propriedade da Monsanto proporciona economia no combate às ervas daninhas, que tanto incomodam os novos canaviais.

O presidente da Monsanto, Alfonso Alba, explicou que esse foi o primeiro acordo firmado pela empresa na América Latina. Para ele, essa será uma forma de participar do mercado da cana. O presidente da CanaVialis, Ricardo Madureira, explicou que a contrapartida é que o acordo vai permitir que as empresas da Votorantim Novos Negócios participem do mercado de genética do milho, soja, algodão e de hortaliças, o que seria impossível sem essa parceria. Cria as condições para que os germoplasmas desenvolvidos por essas empresas sejam comercializados no exterior. “Não teríamos nunca condições de competir com essas grandes multinacionais”, afirmou.

O acordo vem sendo negociado há dois anos, informou Reinach. Não há recursos envolvidos. Apenas conhecimento intelectual. Os resultados financeiros alcançados com a comercialização dos produtos resultantes dessas pesquisas serão partilhados.

A aplicação de biotecnologia é desejável na medida que os produtores começam a aderir à mecanização do corte da cana e, conseqüentemente, deixam de promover as queimadas nas lavouras. A queima da palha da cana é indesejável do ponto de vista ambiental, mas traz alguns benefícios para a cultura, com a eliminação de pragas.

A CanaVialis e a Alellix crescem na velocidade da cana no País. Hoje, 1 milhão de hectares estão sendo cultivados com variedades dessas empresas.