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Cana: zoneamento copia modelo de São Paulo, diz secretário

O secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, considerou que o Zoneamento Agroecológico Nacional da Cana-de-açúcar (ZaeCana) anunciado hoje pelo governo federal “fundamentalmente copia os padrões no zoneamento já feito há um ano” no Estado que é o maior produtor da cultura no País. “O nosso zoneamento é até aparentemente mais restritivo, com regras mais rígidas para ampliação e instalação de usinas”, disse Sampaio.

“O trabalho é válido, o Brasil precisava disso, mas esperávamos uma novidade grande e não houve, pois proibir cana na Amazônia é mais que óbvio”, completou.

São Paulo tem cerca de 5 milhões de hectares cultivados com cana-de-açúcar, ou seja, 62% dos 8 milhões de hectares com a cultura no País. No ano passado, as secretarias de Agricultura e Meio Ambiente divulgaram o zoneamento estadual para a cultura, que limitou a expansão da cana no Estado à região Oeste, onde desde 2002 a cultura já avança.

O Estado de São Paulo criou ainda normas rígidas para acabar com a queima da palha de cana para a colheita até 2017, mas não proibiu o plantio em áreas com declividade alta, como prevê o ZaeCana, o que gerou críticas do secretário paulista. “Proibir plantio em declives acima de 12 graus é um equívoco, pois o que deveria ser vetada é a queima e não o plantio, já que existem colheitadeiras capazes de trabalhar nessas regiões”, avaliou Sampaio.

O secretário pediu ainda uma nova avaliação no veto à ampliação das unidades sucroalcooleiras já existentes na bacia do Alto Paraguai, onde ainda será proibido o plantio de novas áreas de cana. “A questão do Alto Paraguai precisa ser repensada, pois algumas usinas que já estão instaladas lá nunca poluíram”, afirmou. “Veta-se a chance de expansão que poderia ser uma alternativa aos produtores da região por meio de uma decisão mais política do que técnica”, concluiu Sampaio.