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Cana puxa crescimento da exportação em São Paulo

O agronegócio paulista ampliou suas exportações em 8,3% no acumulado entre janeiro e maio deste ano, em relação a igual período do ano anterior. Foram embarcados US$ 4,70 bilhões. Segundo os técnicos do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e responsável pelos números, o ritmo de crescimento dos embarques foi maior em São Paulo do que no País: as vendas externas paulistas aumentaram 8,3% enquanto as brasileiras, 6,2% até maio, para US$ 18,1 bilhões.

Os responsáveis naturais pela vantagem paulista, segundo o IEA, são o açúcar e o álcool de cana.

Segundo o pesquisador da instituição, José Sidnei Gonçalves, há um paradoxo nos números, porque ao mesmo tempo em que São Paulo exportou 8,3% mais, as importações agrícolas cresceram 13,6% nos primeiros cinco meses, para US$ 1,59 bilhão.

Apesar do crescimento das importações, São Paulo ainda registra um superávit confortável na balança do agronegócio. Nos primeiros cinco meses, as exportações superaram as importações em US$ 3,11 bilhão, receita 5,8% maior que a obtida em igual período de 2005.

O câmbio é um dos atores principais para explicar o desempenho da balança do agronegócio paulista, já que ele tira a competitividade de algumas commodities como a soja e o farelo, ao mesmo tempo em que facilita as importações.

Em alguns casos, como o do suco de laranja e o da cana, a demanda mundial tem prevalecido sobre a situação cambial. A cana-de-açúcar, por exemplo, deve continuar ampliando sua influência na economia estadual, em razão de investimentos programados na construção de usinas. “Hoje temos 2,5 milhões de hectares de área plantada, sendo que no curto prazo vamos ampliar isso para 4 milhões, assim que as usinas em construção estiverem prontas. A cultura seguirá auxiliando o estado”, disse o pesquisador do IEA.

Contexto nacional

A agricultura paulista foi capaz de manter sua participação no agronegócio nacional.

As exportações agrícolas de São Paulo representaram 25,9% das vendas externas brasileiras entre os meses de janeiro e abril deste ano. Em igual período do ano passado, a participação paulista era ligeiramente inferior, de 25,4%, segundo o estudo do IEA.

Por outro lado, São Paulo aumentou sua fatia dentro das importações do agronegócio brasileiro. A participação, que era de 39,6% neste começo de ano, é superior aos 38% registrados no mesmo período de 2005.