Para se produzirem aproximadamente nove unidades de álcool a partir da cana-de-açúcar, consomem-se apenas uma unidade de derivados de petróleo. Já no caso do etanol proveniente do milho ou da beterraba, para cada unidade de derivados de petróleo consumida, produz-se apenas 1,3 unidade de álcool. Por isso, a cana hoje é imbatível como fonte de energia renovável. E nem todo o potencial de energia da cana é ainda aproveitado.

Por exemplo: a palha poderia ser usada junto com o bagaço para geração de calor (e eletricidade), o que certamente acontecerá um dia, quando a colheita for mais mecanizada, substituindo o corte manual. No transporte da cana-de-açúcar para as usinas, consomem-se óleo diesel. No futuro, provavelmente os caminhões poderão ter motores híbridos, conjugandose geradores elétricos e combustão de álcool.

Então, o número de unidades de álcool produzidas para cada unidade de derivados de petróleo consumida se multiplicará em progressão geométrica. No processo industrial, as usinas já são autosuficientes e tendem a gerar mais energia para o mercado, atendendo regiões vizinhas. A cana-de-açúcar não exaure o solo nem provoca erosão, como ocorre com as pastagens. Mas o ciclo de produção é longo. Ninguém planta cana sem pensar em produzir por pelo menos cinco anos.

Assim, os produtores precisam, realmente, de um horizonte, uma certa garantia de mercado, para investir, o que dependerá da evolução do consumo de álcool no Brasil, e também da disposição de outros países em substituir gasolina por etanol.