A geração de energia “carbono zero” é um dos principais potenciais da matriz energética brasileira.
Por sua vez, essa geração de energia ganha destaque por meio da produção limpa e renovável.
Essa produção é feita a partir da biomassa advinda da moagem da cana-de-açúcar (bagaço e palha), de restos de madeira, biogás, carvão vegetal, casca de arroz, capim-elefante e outras biomassas.
De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a capacidade instalada, atualmente outorgada no país pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é de 169.664 megawatts (MW).
Esse montante representa 9% da matriz elétrica do Brasil, ocupando a 4ª posição sendo superada somente pelas usinas de fonte hídrica, termelétricas a gás natural e eólicas
De seu lado, a posição estratégica da bioenergia estimula o interesse do setor que busca informações e atualizações de plantas industriais.
Neste sentido, a 27ª FENASUCRO & AGROCANA, realizada ente 20 a 23 de agosto, em Sertãozinho (SP), conta com o tema “Renovando seus negócios” e apresentará soluções e conteúdos voltados para o cenário da matriz bioenergética.
“Os anos de 2018 e 2019 vêm mostrando a relevância da bioenergia e, por isso, inúmeras empresas querem se relacionar e desenvolver produtos para esse setor” afirma Paulo Montabone, diretor da 27ª FENASUCRO & AGROCANA
Pesquisa e novas tecnologias
O potencial e as inovações no setor de geração de energia “carbono zero” envolvem a produção de pesquisas em busca de novas tecnologias.
Uma delas é o Projeto Sugarcane Renewable Electricity (SUCRE), realizado pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR).
É financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (em inglês, Global Environment Facility – GEF) e em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Os aspectos do projeto, que tem como objetivo aumentar a produção de eletricidade com baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) na indústria de cana-de-açúcar, são destaques durante a 27ª edição da FENASUCRO & AGROCANA.
RenovaBio impulsiona a bioeletricidade
A bioeletricidade também ganhará investimentos com a Política Nacional de Biocombustíveis, ou RenovaBio, a entrar em vigência em 24 de dezembro próximo.
Por meio dessa política, criada para garantir o papel estratégico dos biocombustíveis e a segurança energética, a bioeletricidade sucroenergética deve avançar.
Projeções indicam que a bioeletricidade para a rede tem potencial para crescer em quase 60% até 2030.
Sairá de 21,5 mil GWh, em 2018, para 34 mil GWh, em 2030.
Menos emissões
A geração de bioeletricidade, em 2018, equivale ao consumo anual de 11,4 milhões de residências.
Por sua vez, evitou a emissão de 6,4 milhões de CO2, o que só pode ser possível com o cultivo de 45 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.
“Existe um grande potencial a se trabalhar. Mesmo com o potencial de crescimento até 2030 utilizaremos apenas 20% da capacidade de produção”, afirma Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA.
“É o momento de modernização do setor elétrico e a bioeletricidade tem muita competitividade.”
Evento reúne o setor
Todas as discussões que envolvem o setor sucroenergético e de bioenergia são tratadas durante a 27ª FENASUCRO & AGROCANA, em Sertãozinho (SP).
Realizado pelo CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e organizado pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, o evento reúne empresários do Brasil e do exterior.
Por fim, eles estarão integrados em busca de projetos e soluções focados nas oportunidades e perspectivas de negócios envolvendo a matriz energética sustentável.
Eventos de conteúdo
Assim como a Feira Internacional de Bioenergia também apresentará uma grade de eventos de conteúdo.
Esses eventos contam com a presença de representantes de diversas entidades, órgãos governamentais, universidades, empresas multinacionais, entre outros.
Eles abordam temas como RenovaBio, bioeletricidade, transporte e logística, mercado sucroalcooleiro e indústria 4.0.