Mercado

Cana domina a matriz energética brasileira

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem mostra que a cana-de-açúcar atingiu a maior participação na matriz energética brasileira, em 2009, desde o início do levantamento, em 1992. A participação do produto, que já teve o pico de 14,5%, em 1994, cresceu de 10,9% para 18%, entre 2000 e 2009.

A pesquisa Indicadores de Desenvolvimentos Sustentável (IDS) 2010 confirma que o Brasil tem aumentado o uso de fonte renováveis de energia, como a cana. Entre 1999 e 2009, o percentual de energia não renovável (petróleo, gás natural) na matriz diminuiu de 57,7% para 52,8%, enquanto o de energia renovável aumentou de 42,3% para 47,2%, no período.

De acordo com a pesquisa, o crescimento se deve ao aumento das possibilidades de uso de fontes como a solar, a eólica e a proveniente da cana, além do novos investimentos em hidroelétricas. Nos próximos anos, devem entrar em operação as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. “Novas térmicas e termonucleares também estão planejadas”, informa o texto.

O documento alerta que o uso de energia renovável pode provocar impactos socioambientais. As hidroelétricas causam danos, como inundações de florestas e mudanças no regime dos rios, assim como a produção de cana e a utilização de lenha e do carvão vegetal têm problemas. “É preciso observar que a cana precisa de grandes concentrações de terra e agrotóxicos”, disse Judicael Clevelario Junior, um dos responsáveis pela pesquisa.