Três meses após o piso salarial ter sido fixado em R$ 459 na convenção coletiva firmada entre os trabalhadores rurais canavieiros e as usinas do setor sucroenergético alagoano, através do Sindaçúcar/AL, ele tem novo aumento e passa para R$ 477. O reajuste foi de 3,92%.
Com isso, o piso se mantém como o maior da região Nordeste e beneficia, durante a safra, uma média de 80 mil trabalhadores rurais no setor canavieiro estadual.
Apesar das limitações financeiras provadas pela crise econômica mundial onde, segundo o Sindaçúcar/AL, cerca de R$ 100 milhões deixam de circular (por semana) na economia alagoana com a falta de crédito no mercado mundial, o reajuste foi R$ 12 acima do salário mínimo oficial anunciado pelo governo federal para 2009 que passou de R$ 415 para 465.
“Para as empresas, o impacto do reajuste do piso foi alto em função da crise financeira mundial. Mas, o gatilho já estava previsto na convenção coletiva”, frisou o advogado do Sindaçúcar/AL, Luiz Resende, um dos negociadores da convenção coletiva firmada em 2008 pelo Sindaçúcar/AL e os trabalhadores rurais canavieiros.
Segundo a convenção coletiva, caso o salário mínimo do governo se igualasse ou ultrapasse o piso dos canavieiros, seria dado um reajuste com um gatilho extra de R$ 12 acima do mínimo determinado pelo governo federal.
“Esse gatilho já estava previsto na convenção coletiva. Como o dinheiro está escasso, o risco de demissões existe. Afinal, as despesas com a folha das usinas ficaram mais pesadas. Mas, o Sindaçúcar/AL vem trabalhando junto as usinas para evitar demissões o que causaria reflexos negativos na economia alagoana. Afinal, um trabalhador não pode receber menos que o mínimo oficial do governo federal”, acrescentou Luiz Resende.
Firmada em dezembro de 2008 entre os trabalhadores e a classe patronal, a convenção coletiva (retroativa a primeiro de novembro) fixou o piso canavieiro, que era de R$ 427, em R$ 459. De acordo com dados apresentados pelo setor, em março de 2008, após o salário mínimo do governo federal ter sido anunciado, o piso do canavieiro passou de R$ 411 (valor determinado na convenção coletiva de 2007) para R$ 427.