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Cana-de-açúcar como central energética

A cana-de-açúcar deve ser tratada como matéria-prima para um central energética. O discurso do especialista em energia, Onório Kitayama, assessor da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica), tem também um tom de crítica. Todo o potencial que o setor sucroalcooleiro oferece está sendo desperdiçado, alerta o consultor, que esteve ontem, no primeiro dia do 6a Conferência Anual de açúcar e álcool, promovida pela International Business Communications (IBC), em São Paulo.

“Todo planejamento estratégico de uma empresa sucroalcooleira precisa considerar a cogeração de energia”, diz Kitayama, iniciando a sua palestra. Segundo ele, os resíduos da cana podem ser reaproveitados com fonte energética. O consultor ressaltou outra função da matéria-prima: o álcool combustível. “Se os empresários tivessem a mesma mentalidade de hoje há 30 anos, com a criação do Proálcool, não estaríamos tomando medidas como as da atual safra para evitar o desabastecimento de álcool.” O mesmo vale para a cogeração de energia, lembra ele.

Hoje são cerca de 30 unidades sucroalcooleiras que fecharam a safra 2002/03 com 130 megawatt de energia. A nova safra fechará com 350 mw. “Analisando de modo geral, a geração ainda é pequena. Mas o crescimento de uma safra para outra é significativa”, afirma.

Se os investimentos em cogeração tivessem ocorrido durante a implantação do Proálcool, o governo não estaria criando alternativas como hoje. Kitayama lembra que o Centro Tecnológico Copersucar (CTC) iniciou pesquisas sobre o aproveitamento da palha de cana para a geração de energia, hoje adotados com muita competência pelas usinas da Barra, do grupo Cosan, e Cerradinho.

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