A cana-de-açúcar substituiu o milho como o principal produto agrícola do Estado de São Paulo. Segundo levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa), em 1996 – data do último censo agropecuário – o milho estava presente em 30% da área cultivada em São Paulo. Em 2008, a cana superou o grão e está presente em 31% das fazendas paulistas.
O resultado do estudo, realizado no ano passado, foi divulgado ontem, em cerimônia realizada no Palácio dos Bandeirantes, pelo governador José Serra e pelo secretário estadual de Agricultura, João Sampaio.
O estudo aponta uma expansão de 90,45% de área total cultivada de cana-de-açúcar em São Paulo no período. Eram 2.886.313 hectares no primeiro levantamento e 5.497.139 no atual. Em contrapartida, a área de milharais diminuiu de 1.235.906 hectares para 667.685, retração de 54,02% em pouco mais de uma década. De acordo com o secretário ! João Sampaio, a explicação para essa substituição do cultivo de milho está na diminuição do tamanho das propriedades rurais. “Tanto o milho quanto a soja requerem produção em larga escala. Por isso as duas culturas estão migrando do Estado de São Paulo”, disse.
O Lupa aponta um aumento no número de propriedades rurais de 277.124 no levantamento anterior para 324.601, aumento de 17,13% no período. A área média das propriedades rurais diminuiu de 71 hectares para 63 hectares. De acordo com João Sampaio, houve um aumento da chamada classe média rural – propriedades de 200 a 500 hectares, formada por 13.564 produtores, que juntos representam 20,23% da área cultivada do estado.
“Não se trata da disseminação de minifúndios. Isso não seria interessante do ponto de vista econômico e social, mas sim do aumento de propriedades pequenas e médias”, afirmou o governador José Serra.
A área destinada a culturas temporárias aumentou 45,9% em relação a 1996 e, hoje, represent! a 6.737.695 hectares e 168.104 unidades produtivas. As áreas com pastagens diminuíram 21,4%, e atualmente representam 234.148 unidades e 8.072.849 hectares.
Plantio direto
O número de propriedades que utiliza o plantio direto aumentou 38%, entre 2002 e 2008, passando de 550 mil hectares para 759 hectares. Por ser um sistema de uso relativamente novo, esse item não fez parte da primeira medição do censo agropecuário. O número de unidades que utilizam práticas de conservação do solo aumentou de 147 mil para 180 mil.