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Cana: 55% da moagem do Centro-Sul vai para o álcool

As usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil estão destinando 55% do processamento da cana-de-açúcar neste final de safra para a produção do álcool combustível e 45% para o açúcar, quadro inverso ao do começo da moagem, em abril deste ano. Das cerca de 300 unidades industriais dessa região do Brasil, apenas 20 terminaram a produção até o final da primeira quinzena de novembro, quando no mesmo período do ano passado cerca de 100 já haviam parado.

Com o aumento da produção de álcool no final da safra 2004/2005, o mix de destino da cana deve ficar em 50% para açúcar e para o álcool. Esse levantamento, feito pela Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, será apresentando ao ministro Roberto Rodrigues na reunião da entidade consultiva, amanhã, em São Paulo (SP).

Dados do setor apontam que o processamento de cana-de-açúcar no Centro-Sul até o dia 15 de novembro atingia 296 milhões de toneladas, ante 290 milhões no mesmo período de 2003. Ainda no ano passado, no período de 15 de novembro a 15 de dezembro, o processamento foi de apenas 7 milhões de toneladas de cana. “Neste ano, a expectativa é de que o pelo menos o dobro desse volume será moído (14 milhões de toneladas) no período, o que faria com que o processamento total superasse as 310 milhões de tonelada na safra”, afirmou Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Câmara Setorial.

Já há um consenso no setor sucroalcooleiro que entre 315 e 320 milhões de toneladas de cana serão processadas na safra 2004/2005 no Centro-Sul, ante uma expectativa inicial de 330 milhões de toneladas. As 10 milhões ou 15 milhões de toneladas que deixarão de ser colhidas, principalmente em virtude das chuvas durante a safra, devem ser processadas entre o final de março e o início de abril, para quando deve ser antecipada a safra 2005/2006.

“No entanto, muitas usinas vão continuar moendo até 22 de dezembro deste ano. Como dezembro é tradicionalmente um mês chuvoso, a produção dessas unidades vai depender do tempo”, completou Carvalho.