A atualização do sistema Consecana, que serve de parâmetro para o pagamento da cana-de-açúcar pela indústria, está na pauta da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool desta quarta-feira, 10 de agosto, às 14h30 horas, em Brasília, no Auditório da Biblioteca do Instituto Nacional de Meteorologia.
Desde o mês passado, produtores e indústria negociam a atualização do sistema com base em estudos contratados por empresas independentes por cada uma das partes. A expectativa inicial era que a questão fosse resolvida até o final de julho, o que acabou não acontecendo. “A intenção é que a Câmara Setorial, que reúne representantes de todos os elos da cadeia, possa contribuir com a discussão”, afirma o presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan.
O modelo Consecana entrou em vigor em 1998, depois da desregulamentação do setor. Por esse sistema, o cálculo é feito com base no quilo médio do ATR (açúcar total recuperável). Esse índice, determinado mensalmente, leva em conta a qualidade da cana, o mix de produção das usinas e os preços alcançados pelos produtos açúcar e álcool nos mercados interno e externo.
“O sistema está baseado em parâmetros estabelecidos há algum tempo, quando o cenário para o setor era outro e o processo industrial estava passos atrás. Além disso, os produtores tiveram de arcar com aumento nos custos de produção no ano passado e, por isso, esperam pelo reajuste”, afirma o presidente da Orplana.
A Orplana representa 13.110 produtores, na maioria pequenos e médios, de 22 associações. Na safra passada, eles foram responsáveis por 25% da matéria-prima entregue para a indústria em São Paulo.