Aaltas temperaturas e chuvas em regiões áridas são algumas anomalias climáticas, chamadas de “efeito gangorra”, em que o Brasil e o mundo têm vivido nos últimos tempos.
De acordo com dados divulgados no Relatório de Avaliação do Painel IPCC – Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão ligado às Organizações das Nações Unidas, a temperatura média hoje da Terra é de 14° C, sendo que nos próximos 100 anos poderá aumentar entre 1,4° C e 5,8° C. Isso significa a elevação da temperatura para algo entre 15,4° C e 19,8° C.
Adriano Santhiago, técnico em mudanças climáticas do Ministério do Meio Ambiente, explica que o efeito estufa é um fenômeno natural, mas há atividades que têm contribuído de maneira significativa para o aumento dos efeitos na Terra. “A emissão de gás carbônico proveniente do setor energético tem contribuído com 75% das emissões de gases efeito estufa no mundo”, alertou. Os outros 25% da emissão de gás carbônico são provenientes do setor de transporte, do uso da terra e floresta, com destaque para a agricultura e o desmatamento.
Notícias Relacionadas
Mercado
Brasil corta verbas para transição energética em 2025 e pode comprometer metas climáticas, aponta Inesc
Relatório do Inesc aponta redução do orçamento da área de R$ 4,44 bilhões, em 2024, para R$ 3,64 bilhões, no PLOA de 2025
Mercado
ORPLANA repudia pontos do Decreto 12.189/24 do Governo Federal
Organização destaca que embargos e multas penalizam ainda mais produtores que estão sofrendo e também são vítimas dos incêndios
Santhiago diz que embora o fenômeno seja global, as conseqüências são locais, como a perda de produtividade agrícola em algumas regiões e alterações na precipitação de chuvas, como está ocorrendo, por exemplo, no Distrito Federal. Mas nem sempre a mudança climática é criticada. Recentemente a Rússia declarou que o País terá benefícios no momento em que as temperaturas aumentarem, o que poderá ajudar na produção agrícola. Para Adriano Santhiago, isso realmente pode acontecer, mas “os efeitos negativos ainda se sobrepõem”, afirmou.
O Relatório do IPCC aponta ainda uma elevação entre 9 centímetros e 88 centímetros no nível dos mares. Um dos primeiros impactos prováveis poderá acontecer ainda nesse século com o desaparecimento de Tuvalu, um país que fica numa ilha no Oceano Pacífico, onde moram 11 mil habitantes. A elevação dos mares preocupa também países mais desenvolvidos como a Holanda, na Europa.
Para Santhiago, além da influência do micro clima, e do componente natural não há como descartar a ação do homem no fenômeno de aquecimento do globo, como assim desejam apontar alguns países. “Há indícios fortíssimos para se afirmar que as mudanças climáticas têm intervenção do homem”, finaliza.
