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Cada país deve produzir seu biocombustível, dizem ambientalistas

Cada país precisa produzir seus próprios biocombustíveis como o álcool porque importar energia verde pode significar danos à natureza, afirmou um grupo ambientalista da Grã-Bretanha.

“No processo de combustão, o etanol é muito mais limpo que os combustíveis fósseis”, afirmou à Reuters David Santillo, cientista do laboratório de pesquisa do Greenpeace na Universidade Exeter (Grã-Bretanha).

“Mas analisar as emissões também implica analisar como esse etanol foi produzido”, observou. Governos de todo o mundo desenvolvido podem apelar para a importação de biocombustíveis a fim de reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Esses gases seriam responsáveis pelo aquecimento da Terra.

Mark Strutt, outro membro do Greenpeace, afirmou a respeito dos prós e contras dos biocombustíveis: “Será muito mais difícil avaliar os benefícios para o meio ambiente no caso de surgir um mercado mundial”.

O etanol produzido a partir do milho nos EUA e da cana-de-açúcar no Brasil responde por quase toda a produção da substância no mundo.

A poluição envolvida no processo vem do uso de fertilizantes e pesticidas nas plantações e do combustível fóssil queimado durante a fabricação e o transporte do álcool, afirmou Santillo.

“Algumas regiões dos EUA, por exemplo, possuem usinas de álcool, mas elas queimam combustíveis fósseis no processo.”

Bryony Worthington, do grupo Amigos da Terra, afirmou: “O impacto sobre o clima depende de como o álcool é produzido, de onde é produzido e de onde fica o mercado para ele.”

A produção mundial de etanol deve elevar-se novamente neste ano depois de ter atingido um recorde de 41 bilhões de litros em 2004. No ano passado, o Protocolo de Kyoto, que prevê cortes na emissão de gases do efeito estufa, conseguiu assinaturas suficientes para entrar em vigor.

A União Européia (UE), por exemplo, recomendou que seus países-membro usem gasolina com 5,75 por cento de etanol até 2010.