A cachaça faz parte da origem do empresário Selito Antônio Bordin. Quando era criança, em Erechim (RS), gostava de observar o avô elaborar a bebida para o consumo da família e vizinhos. Bordin cresceu e foi morar no município de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, onde montou uma fábrica. Este ano, começa a exportar para a Inglaterra.
Há quatro anos, a primeira produção de 400 litros foi destinada a amigos e apreciadores. Como houve boa aceitação, Bordin resolveu investir mais no sonho. Aplicou R$ 200 mil para reformar a fábrica em sua propriedade rural. Em quatro hectares de terra, plantou a cana que usa para a elaboração da cachaça Refazenda.
Este ano, deve produzir aproximadamente 8 mil litros, o dobro de 2003. Além do crescimento, vai investir a marca no mercado interno e externo. O empresário tem um amigo que mora em Londres, onde é dono de um bar. Enviou para ele 24 garrafas. O inglês aprovou a bebida, que é apreciada na forma de caipirinha. “Essa cachaça é feita para beber pura devido as características de sabor, mas cada um tem um gosto”, diz.
Bordin aguarda agora o selo da Receita Federal para legalizar a comercialização e confirmar a exportação para a Europa. A previsão é que sejam vendidos até dezembro 5 mil litros em garrafas de 375 e 750 mililitros. “A prioridade é o mercado regional”, diz.
Previsão para lucrar R$ 40 mil no ano
O empresário vai limitar a produção a 10 mil litros por ano para não comprometer a qualidade.
O sistema de elaboração é totalmente artesanal. Uma das prioridades de Bordin quando decidiu apostar nessa bebida foi separar o metanol, que é considerado nocivo à saúde. “A substância foi responsável pela cirrose que causou a morte do meu avô”, conta.
A exclusão é feita durante a destilação da bebida. Nesse processo, feito em um alambique de cobre, a bebida é fervida numa temperatura de 85°C. O calor faz evaporar esse álcool mais forte chamado de “cachaça de cabeça”. Depois, o processo preserva o “corpo” da cachaça, que é armazenado em 70 barricas de carvalho escocês de 130 e 200 litros. Em contato com essa madeira nobre a cachaça ganha aroma e também a coloração dourada. Bordin mantém a bebida nos tonéis durante um ano para o “envelhecimento”.
Três funcionários trabalham na pequena indústria, que tem previsão de lucrar cerca de R$ 40 mil este ano com a ampliação das vendas para o comércio.