George Bush, o pai, prepara um pronunciamento totalmente favorável ao avanço na utilização do etanol para apresentar no encerramento do Fórum de Desenvolvimento Sustentável. “Ele considera que a taxa para a importação americana (US$ 0,14 por litro) do combustível brasileiro cairá gradativamente, até se expirar em 2009”, afirma Mario Garnero, amigo íntimo do ex-presidente dos Estados Unidos.
Garnero lembra que a primeira usina para produção de etanol dos EUA foi importada do Brasil, em 1978, para processamento de milho. Agora, querem desenvolver a celulóica (álcool a partir da celulose). E não vão parar por aí.
“Os americanos preparam-se para entrar vigorosamente na produção de cana, com tipos que se adaptem ao clima frio, a fim de viabilizarem a meta de 145 bilhões de litros anuais, até 2012, exclusivamente para mistura com a gasolina”, diz. No ano passado, os Estados Unidos produziram 16 bilhões de litros de etanol.
Ao avaliar a perspectiva americana, Mario Garnero acredita que o Brasil precise agilizar o desenvolvimento de novas tecnologias e aproveitar a oportunidade de criação de riquezas, ao mesmo tempo em que pode solucionar parte da questão dos assentamentos rurais com a fixação do homem produtivo no campo.
Já os usineiros, em sua análise, devem produzir sempre com preço abaixo do petróleo. “A exportação pode funcionar como uma válvula de regulação diante de safras maiores ou menores. Os usineiros não são xeiques do álcool; simplesmente fizeram o investimento correto no momento certo. Com a política de preservação ambiental que tomou conta do planeta, eles entraram em um ciclo favorável de negócios que vai durar pelo menos 25 anos.”
(J.E.G.)